CSB, CUT, Força Sindical, CTB, NCST e UGT denunciaram o governo do Paraná por práticas antissindicais à Organização Internacional do Trabalho (OIT) durante a 112ª Conferência da OIT, que acontece até sexta-feira (14) em Genebra (Suíça).
O presidente da CSB, Antonio Neto, e representantes das outras entidades apresentaram o documento pessoalmente nesta quarta-feira (12). De acordo com a denúncia, a gestão de Ratinho Junior (PSD) tomou medidas ilegais contra a greve dos professores estaduais, realizada de 3 a 5 de junho.
Os grevistas protestavam contra um projeto que visa entregar a administração de duzentas escolas da rede estadual para a iniciativa privada e já foi aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná.
Entre as medidas contra a manifestação dos professores, as centrais destacam a prisão da presidente do sindicato dos professores do Paraná, Walkiria Mazeto, por suposta desobediência a uma liminar que tratava da greve, e a ação em que o governo pediu à Justiça multa de R$ 100 mil por dia de greve.
O documento denuncia ainda que foram utilizados dados internos da secretaria de Educação para enviar vídeo contra a greve para pais e responsáveis por alunos das escolas públicas. O conteúdo do vídeo critica o sindicato e fala de manifestações “partidárias e violentas” que colocariam “seu filho em risco”.
Segundo a representação, o governo do Paraná afrontou o direito à greve, colocou em risco a continuidade de funcionamento do sindicato por meio do pedido de multas elevadas e ameaçou a liberdade individual da dirigente sindical.
Acesse aqui o documento apresentado pelas centrais à OIT.
A OIT irá avaliar o fundamento das acusações e pode abrir uma investigação sobre o caso.
Resposta do governo
O governador Ratinho Junior disse que a greve foi decretada ilegal pela Justiça, teve baixíssima adesão e alegou que os sindicalistas estavam produzindo “fake news” sobre os projetos.
Sobre a privatização das escolas, ele afirma que as mudanças propostas já existem em outros países e ajudam os diretores a terem mais liberdade para trabalhar.
A procuradora do estado, Mariana Carvalho Waihrich, chamou a mobilização dos professores de “atos antidemocráticos e terrorismo”.
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