No final de 2011, um grupo de dirigentes sindicais decidiu fortalecer uma alternativa de organização para os trabalhadores brasileiros. Essa iniciativa foi motivada pelo processo de partidarização e aparelhamento que se encontrava a central, a qual anteriormente éramos filiados. Em menos de dois meses, mais de 300 entidades se juntaram a nós e participaram do Congresso, em fevereiro de 2012, que reformulou a direção da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), entidade que se encontra em pleno e vigoroso processo de construção.
Somos uma central formada por dirigentes sindicais comprometidos com a luta dos trabalhadores, sem hegemonia partidária, que respeita e promove a pluralidade interna e que participou ativamente de todas as lutas centrais da história recente do Brasil, contribuindo, de forma profunda, com os avanços conquistados pelo povo brasileiro.
O Brasil passa por mudanças e o movimento sindical deve se adequar a essa realidade. Nossa situação atual é bem diferente das décadas anteriores. Nos anos 80, nossas lutas se basearam na reconstrução da democracia. Conquistar o voto direto e a liberdade de organização eram nossas metas. A década de 90 foi marcada pela resistência. Lutamos contra o desmonte do Estado, contra o desemprego e contra a destruição dos direitos trabalhistas. Nossa ação permitiu que saíssemos desse período sem perdas irreparáveis.
Avançamos. Chegamos ao novo século com a unidade dos setores progressistas da sociedade irmanados em construir uma nova proposta política e econômica. Ao contrário dos países centrais, o Brasil passou a crescer. Estamos caminhando para o pleno emprego. Implementamos políticas de fortalecimento do Estado. Estamos recuperando a indústria nacional. Estamos avançando na oferta de vagas nas universidades. Os setores reacionários estão perdendo espaço para propor plataformas de redução dos direitos.
Mas temos muito por fazer. O país tem ainda muitos brasileiros na pobreza, situação esta que só será resolvida com a aceleração do processo de crescimento, de distribuição de renda e ampliação de direitos. Ao contrário de outros tempos, este é o momento ideal para avançarmos e consolidarmos a rede de proteção social dos trabalhadores. Esta é a hora de reduzirmos a jornada de trabalho, de melhorarmos o sistema previdenciário, de melhorarmos o rendimento dos aposentados, dos trabalhadores do campo, da cidade, enfim, de todos.
Contudo, em nosso entendimento, as demais vertentes do movimento sindical não estão dando a devida atenção para esta necessidade. Por isso decidimos apontar uma alternativa, que fortaleça estas bandeiras e busque a unidade de ação com os demais companheiros para efetivamente darmos um passo à frente.
Em nossa opinião, uma central serve para fortalecer a luta dos sindicatos, que é a luta dos trabalhadores; sindicato e central não são partidos, são entidades plurais que devem representar, defender e expressar os anseios e necessidades dos trabalhadores. Central não é um sindicatão, não é uma estrutura formada para respaldar os interesses das categorias mais influentes, mas sim uma organização que deve fortalecer e priorizar a organização do conjunto dos trabalhadores, apoiando justamente as categoriais que, por um motivo ou outro, têm mais dificuldade em avançar em seus direitos e em sua organização.
Uma central sindical deve catalisar as forças progressistas do país, deve mostrar compromisso com o Brasil e os trabalhadores; deve ter capacidade de promover e acompanhar os avanços da sociedade; deve ter firmeza na defesa da unicidade sindical e da contribuição compulsória; deve ter pluralidade interna e capacidade de garantir espaço para todos os dirigentes sindicais filiados.
A nossa proposta é construir uma entidade sindical que fortaleça os sindicatos e construa a unidade sindical, removendo as barreiras que dificultam esta união, com o objetivo de criar uma grande onda de influência dos trabalhadores na sociedade brasileira.
Vamos em frente, companheiros. Junte-se a nós!
A Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB – é uma associação sindical de direito privado, com atuação em todo o território nacional, que tem por objetivo a defesa de interesses sindicais, sociais e políticos das entidades sindicais a ela filiadas, dos trabalhadores profissionais liberais, autônomos e diferenciados, e dos trabalhadores em geral, públicos ou privados, urbanos e rurais, ativos, inativos ou aposentados. Queremos congregar todos esses trabalhadores de modo a desenvolver a ação unitária e coordenada, comprometida com o bem comum, a prevalência dos interesses coletivos sobre os individuais e a promoção da justiça e da paz social.
A CSB foi fundada em 8 de fevereiro de 2008 por um grupo de sindicatos nacionalistas e por profissionais, em sua grande maioria, liberais. Seu primeiro presidente foi Luiz Sérgio da Rosa Lopes, presidente da Federação dos Contabilistas dos Estados do RJ, ES e BA. Após forte crescimento, a direção da CSB iniciou um processo de fusão com outra central sindical, mas o movimento foi interrompido devido à resistência de um grupo de militantes partidários que tinham o controle central das estruturas da entidade.
Em novembro de 2011, aproximadamente 300 sindicatos e 15 federações, das mais diversas categorias econômicas, decidiram reorganizar a CSB, devido à necessidade de construir uma nova alternativa de organização dos trabalhadores brasileiros. Esta deveria atender aos princípios da unicidade sindical, do nacionalismo, ser contra a partidarização do movimento sindical e pelo fortalecimento dos sindicatos. Em 7 de fevereiro de 2012, foi realizado um Congresso Extraordinário da CSB, na cidade de Guarulhos, que elegeu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo, Antonio Neto, como novo dirigente da central.
A CSB é, em suma, uma central que está em pleno processo de construção. Nossas estaduais estão sendo organizadas, nossa direção está em formação, enfim, é a central que reserva um excelente espaço para os dirigentes sindicais que queiram construir uma organização combativa, plural, ativa e moderna.
A Central já agrega 800 sindicatos, 31 federações e 1 confederação.