Sete sindicatos nacionais dos Estados Unidos (equivalentes às centrais sindicais no Brasil) enviaram uma carta ao presidente americano Joe Biden pedindo a suspensão imediata da ajuda militar dos EUA a Israel para garantir um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza.
A carta foi enviada aos sindicatos membros da National Labor Network for Ceasefire, incluindo o American Postal Workers Union (APWU), a Association of Flight Attendants (AFA), o National Nurses United (NNU), o International Union of Painters and Allied Trades (IUPAT), a National Education Association (NEA), o United Auto Workers (UAW), o Service Employees International Union (SEIU) e o United Electrical Workers (UE).
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A rede nominada “The National Labor Network for Ceasefire” (“rede nacional trabalhista pelo cessar-fogo”, em tradução livre) informou que representa cerca de 9 milhões de trabalhadores, o que equivale a aproximadamente metade de todos os sindicalizados no país.
A carta expressa a decepção dos sindicatos com a incapacidade do governo Biden de garantir um acordo de cessar-fogo, especialmente depois que, em maio, o presidente divulgou uma proposta de cessar-fogo em três fases que ainda não se concretizou.
“Acreditamos que o corte imediato da ajuda militar dos EUA ao governo israelense é necessário para que haja uma solução pacífica para esse conflito”, afirma o texto.
O grupo adverte que as crescentes tensões na região “ameaçam envolver ainda mais civis inocentes em uma guerra mais ampla” e que “a crise humanitária se aprofunda a cada dia, com fome, deslocamento em massa e destruição da infraestrutura básica, incluindo escolas e hospitais”.
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A rede também destacou que conversou com líderes de sindicatos palestinos que relataram “histórias de partir o coração” sobre as condições da população em Gaza.
“Sr. Presidente, o momento de agir de forma decisiva para acabar com essa guerra é agora. Interromper a ajuda militar dos EUA a Israel é a maneira mais rápida e segura de fazer isso, é o que a lei dos EUA exige, e mostrará seu compromisso em garantir uma paz duradoura na região”, diz a carta.
Os pontos fundamentais defendidos pelos sindicatos são:
- Cessar-fogo imediato em Gaza;
- Restabelecimento dos direitos humanos básicos;
- Liberação imediata dos reféns feitos pelo Hamas;
- Acesso livre para a chegada de ajuda humanitária;
- Pedido de Joe Biden por um cessar-fogo permanente.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 39.000 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde outubro.
Entretanto, um relatório recente da revista The Lancet afirma que é plausível estimar que “até 186 mil ou até mais mortes possam ser atribuídas ao atual conflito em Gaza”. Essa estimativa equivale a cerca de 8% da população de Gaza.