Desemprego cai para 4,3% em dezembro de 2013, segundo IBGE

Taxa registra queda recorde desde 2002. O índice de desocupação ficou em 5,4%

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quinta-feira, 30 de janeiro, a taxa de desocupação no mês de dezembro de 2013. De acordo com a pesquisa, o desemprego voltou a cair, alcançando a média de 4,3% no último mês do ano passado.  Em novembro, o índice foi de 4,6%. A taxa é considerada a mais baixa da série histórica da pesquisa iniciada em 2002.

Confira a íntegra do estudo divulgado no site do IBGE:

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A taxa de desocupação de dezembro foi estimada em 4,3%, a menor desde o início da série histórica (março de 2002). A taxa registrou redução de 0,3 ponto percentual frente a novembro de 2013 (4,6%) e não apresentou variação estatisticamente significativa na comparação com dezembro do ano passado (4,6%). Com esse resultado, na média dos 12 meses de 2013, a taxa de desocupação ficou em 5,4%, também a menor média anual, inferior em 0,1 ponto percentual à observada em 2012 (5,5%) e 7,0 pontos percentuais abaixo da média de 2003 (12,4%).

A população desocupada (1,1 milhão de pessoas) caiu 6,2% no confronto com novembro (menos 70 mil pessoas procurando trabalho) e ficou estável frente a dezembro do ano passado.No ano de 2013, os desocupados somaram, em média, 1,3 milhão de pessoas, 0,1% a menos que em 2012, o que representou menos 20 mil desocupados em um ano. Com relação a 2003 (2,6 milhões), o contingente de desocupados caiu 49,5% ou seja, nesse período a redução atingiu 1,3 milhão de pessoas.

A população ocupada (23,3 milhões) ficou estável nas comparações com o mês anterior e com dezembro de 2012.Na média de 2013, os ocupados somaram 23,1 milhões de pessoas, um contingente 0,7% maior que o de 2012 (23,0 milhões) e 24,8% superior a 2003.

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,8 milhões) não registrou variação na comparação com novembro. Na comparação anual, houve uma elevação de 2,0%, representando um adicional de 236 mil postos de trabalho com carteira assinada. Esses resultados levaram, na média de 2013, a um recorde na proporção de trabalhadores com carteira assinada (11,6 milhões) em relação ao total de ocupados: 50,3%, frente a 49,2% em 2012 e 39,7% em 2003.

O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.966,90) foi 0,7% menor do que o apurado em novembro (R$ 1.981,08) e 3,2% acima do verificado em dezembro de 2012 (R$ 1.905,68).A média anual do rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal foi estimada em R$ 1.929,03, o que correspondeu a um crescimento de 1,8% em relação a 2012 (R$ 1.894,03). Entre 2003 e 2013, o poder de compra do rendimento de trabalho aumentou em 29,6% (em 2003 era de R$ 1.488,48 reais).

A massa de rendimento real habitual (R$ 46,4 bilhões) caiu 0,4% frente a novembro e aumentou 2,9% em relação a dezembro de 2012. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 49,2 bilhões), estimada em novembro de 2013, subiu 5,7% no mês e 0,9% no ano (massa é a soma dos rendimentos de todos os trabalhos da população ocupada). A massa de rendimento real mensal habitual (média anual) estimada para 2013, em R$ 45,0 bilhões, nas seis regiões metropolitanas, resultou em um aumento de 2,6% em relação a 2012 e 61,1% na comparação com 2003.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página 
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/.

A publicação da Retrospectiva do Mercado de Trabalho 2003-2013 está disponível na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/estudos_retrospectiva.shtm.

Taxa média de desocupação de 2013 é inferior à de 2003 em 7,0 pontos percentuais

Em 2013, foi registrado um contingente médio de 1,3 milhão de pessoas desocupadas, 1,5% inferior à média de 2012, o que representou menos 20 mil desocupados em um ano. Em relação a 2003 (2,6 milhões de desocupados), o contingente de desocupados caiu 49,5%, ou seja, nesse período a redução atingiu 1,3 milhão de pessoas.

A taxa de desocupação (proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa, que é formada pelos contingentes de ocupados e desocupados) de 2013 (média de janeiro a dezembro) foi estimada em 5,4%, 0,1 ponto percentual abaixo da observada em 2012 (5,5%). Na comparação com 2003, quando a taxa foi estimada em 12,4%, a redução foi de 7,0 pontos percentuais.

 Tabela 115

População ocupada tem aumento de 0,7% de 2012 para 2013

A população ocupada no total das regiões da PME em 2013 (média de janeiro a dezembro) foi de 23,1 milhões de pessoas, 0,7% maior que a de 2012 (23,0 milhões), um incremento de aproximadamente 160 mil de pessoas. Frente às estimativas de 2003, a população ocupada aumentou em 24,8%, o que representou mais 4,6 milhões de ocupados em 10 anos. No mesmo período a população em idade ativa cresceu 15,7%.

Tabela 25

O nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) foi de 54,0% em 2013, considerado estável em relação a 2012 (54,2%). Frente a 2003, quando esse indicador era de 50,0%, o aumento foi de 4,0 pontos percentuais.

A população ocupada estava distribuída entre 54,0% de homens (12,5 milhões de pessoas) e 46,0% de mulheres (10,6 milhões de pessoas) em 2013. As mulheres continuam sendo minoria na população ocupada, mas sua participação vem apresentando contínuo crescimento. No início da série anual, em 2003, elas representavam 43,0% da população ocupada, implicando crescimento de 3,0 pontos percentuais desde então.

O comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis continuou sendo o grupamento com a maior proporção de pessoas ocupadas, 18,8%. Em relação a 2012, foram observadas variações mais relevantes na educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (de 16,3% para 16,9%) e nos serviços domésticos (de 6,6% para 6,1%). Com relação às estimativas de 2003, o grupamento que apresentou o maior ganho de participação na população ocupada foi o de serviços prestados às empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira(de 13,4% em 2003 para 16,2% em 2013), e os que mais perderam foram a indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (de 17,6% para 15,8%); o comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (de 20,2% para 18,8%) e os serviços domésticos (de 7,6% para 6,1%).

Trabalhadores com carteira são 50,3% dos ocupados

No ano de 2013, 11,6 milhões de trabalhadores eram empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado. O percentual dos trabalhadores com carteira assinada em relação ao total de ocupados passou de 49,2% em 2012 para 50,3% em 2013. Em 2003 eram 39,7% dos ocupados.

 tabela 60

O percentual de pessoas ocupadas que contribuíam para a previdência em 2013 atingiu 74,4%, 1,6 ponto percentual maior em relação a 2012 (72,8%) e o mais elevado desde 2003 (61,2%). O percentual de 2013 correspondeu a 17,2 milhões de pessoas. Frente ao ano de 2003, o número de ocupados contribuintes cresceu 51,6%, enquanto no mesmo período, a população ocupada aumentou 24,8%. Ao longo de 10 anos o total de ocupados contribuintes cresceu em 5,9 milhões de pessoas.

Pessoas com 50 anos ou mais de idade representam 23,6% da população ocupada

Segundo os grupos de idade, em 2013 a população ocupada estava distribuída em 0,1% de pessoas de 10 a 14 anos de idade, 1,4% de 15 a 17 anos de idade, 13,0% de 18 a 24 anos de idade, 62,0% de 25 a 49 anos de idade e 23,6% de pessoas com 50 anos ou mais de idade. Ainda que com forte concentração no grupo das pessoas de 25 a 49 anos de idade, a participação dos referidos grupos etários na ocupação vem aumentando somente entre aqueles com 50 anos ou mais de idade (16,7% em 2003).

Trabalhadores com 11 anos ou mais de estudo são 63,8% da população ocupada

De 2012 para 2013, a escolaridade da população com 10 anos ou mais de idade e que tinham 11 anos ou mais de estudo aumentou de 47,2% para 48,5%. Em 2003, o percentual era de 34,3%. Entre os trabalhadores, o avanço da população com 11 anos ou mais de estudo também foi percebido, passando de 62,2%, em 2012, para 63,8%, em 2013. Em 2003, este percentual era 46,7%, ou seja, cresceu 17,1 pontos percentuais comparado com 2003.

Enquanto o contingente de pessoas ocupadas aumentou 0,7% entre 2012 e 2013, o de pessoas ocupadas com nível superior cresceu 6,0%. Frente a 2003, essas variações foram de 24,8% e 86,1%, respectivamente, na população ocupada e na população ocupada com nível superior.

Em 2013, as pessoas ocupadas tinham uma jornada média semanal de 40,1 horas efetivamente trabalhadas, contra 41,3 horas em 2003. São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram jornadas (ambas com 40,5 horas) superiores à média das seis regiões.

Rendimento médio de trabalho aumenta, mas disparidades persistem

Em 2013, a média anual do rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal foi estimada em R$ 1.929,03, a mais alta desde 2003, o que correspondeu a um crescimento de 1,8% em relação a 2012 (R$ 1.894,03). Entre 2003 e 2013, o poder de compra do rendimento de trabalho aumentou em 29,6% (em 2003 era de R$ 1.488,48 reais).

tabela 133

A pesquisa apontou disparidades entre os rendimentos de homens e mulheres e, também, entre brancos e pretos ou pardos. Em 2013, em média, as mulheres ganhavam em torno de 73,6% do rendimento recebido pelos homens (R$ 1.614,95 contra R$ 2.195,30). A menor proporção foi a registrada em 2007, de 70,5%.

tabela 137

O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda, entre 2003 e 2013, teve um acréscimo de 51,4%, enquanto o rendimento dos trabalhadores de cor branca cresceu 27,8%. Mas a pesquisa registrou, também, que os trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2013, pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca – as médias anuais do rendimento foram de R$ 1.374,79 para os trabalhadores de cor preta ou parda, enquanto a dos trabalhadores de cor branca foi de R$ 2.396,74. Em 2012, esta razão era 56,1% e, em 2003, não chegava à metade (48,4%).

De 2012 para 2013, o rendimento aumentou para as seguintes formas de inserção: empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado (2,6%, subindo para R$ 1.430,93), empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (2,1%, indo para R$ 1.771,44) e trabalhadores por conta própria (1,3%, ficando em R$ 1.659,19). Houve queda para os empregadores (-4,1%, caindo para R$ 4.687,84) e militares e funcionários públicos estatutários (-0,6%, ficando em R$ 3.276,41).

Todos os grupamentos de atividade apresentaram ganho no rendimento do trabalho entre 2012 e 2013: serviços domésticos (6,2%, aumentando para R$ 814,93); construção (3,7%, subindo para R$ 1.658,75); indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (2,4%, aumentando para R$ 2.010,79);comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (1,4%, indo para R$ 1.525,36); serviços prestados às empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (0,8%, ficando em R$ 2.431,13); outros serviços – alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais (0,6%, indo para R$ 1.676,90); educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (0,3%, ficando em R$ 2.628,34). Na comparação de 2003 com 2013, foi verificado nos serviços domésticos o maior aumento entre os grupamentos, 62,6%. Outro grupamento de destaque foi o da construção, com ganho de 48,7% no período.

O rendimento médio real habitual domiciliar per capita aumentou 2,4% de 2012 (R$ 1.278,92) para 2013 (R$ 1.309,85). De 2003 (R$ 897,17) para 2013, o crescimento foi de 46,0%.

A massa de rendimento real mensal habitual (média anual) foi estimada para 2013 em R$ 45,0 bilhões, nas seis regiões metropolitanas, resultando em um aumento de 2,6% em relação a 2012 (R$ 43,9 bilhões). Na comparação com 2003 (R$ 27,9 bilhões), o aumento foi de 61,1%.

Resultados de dezembro de 2013: desocupação cai para 4,3%

 Taxa de desocupação

A taxa de desocupação (proporção de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa, que é formada pelos contingentes de ocupados e desocupados) foi estimada em 4,3% para o conjunto das seis regiões metropolitanas. Regionalmente, não registrou movimentação significativa em nenhuma das regiões investigadas. Entretanto observou-se que a taxa atingiu os menores valores de suas respectivas séries históricas em Belo Horizonte (3,4%), Rio de Janeiro (3,7%), São Paulo (4,4%) e Porto Alegre (2,6%). Em relação a dezembro de 2012, a taxa aumentou 2,0 pontos percentuais em Salvador (de 5,7% para 7,7%), em São Paulo apresentou queda de 0,8 ponto percentual (de 5,2% para 4,4%) e em Porto Alegre, embora tenha ficado estável em 2,6%, manteve o mesmo patamar do mês de novembro, quando atingiu o menor valor da série nessa região:

 Taxa de desocupação 2

Na análise mensal, o contingente de desocupados (pessoas sem trabalho que estão tentando se inserir no mercado) manteve-se estável nas regiões pesquisadas frente a novembro. No confronto com dezembro de 2012, houve elevação de 42,9% no número de desocupados na Região Metropolitana de Salvador e queda de 17,6% em São Paulo.

O nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) foi estimado em dezembro de 2013 em 54,2% para o total das seis regiões, mesmo percentual verificado nos meses de outubro e novembro de 2013. No confronto com dezembro de 2012 (55,1%), esse indicador teve redução de 0,9 ponto percentual. Regionalmente, na comparação mensal o quadro foi de estabilidade e no confronto com dezembro de 2012, duas regiões apresentaram queda: Belo Horizonte de 1,6 ponto percentual e São Paulo, de 1,4 ponto percentual.

Na análise da ocupação segundo os grupamentos de atividade, não foi observada nenhuma variação significativa na comparação com novembro. Em relação a dezembro de 2012, ocorreu elevação de 3,4% na Educação, Saúde e Serviços Sociais, Administração Pública, Defesa e Seguridade Social; queda de 8,6% nos Serviços domésticos e estabilidade nos demais grupamentos.

Na análise regional, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.966,90 no conjunto das seis regiões), em relação a novembro de 2013, aumentou no Rio de Janeiro (0,6%), não variou em Salvador e apresentou retração em Porto Alegre (2,9%), São Paulo (1,1%), Belo Horizonte (1,0%) e Recife (0,8%). Na comparação com dezembro de 2012, o rendimento teve alta no Rio de Janeiro (7,3%), Porto Alegre (5,9%), São Paulo (3,7%) e Recife (1,7%). Declinou em Salvador (10,5%) e em Belo Horizonte (0,7%):

Rendimento médio

Na classificação por grupamentos de atividade, o maior aumento no rendimento médio real habitualmente recebido em relação a dezembro de 2012 foi de 8,2%, referente a Serviços domésticos:

Rendimento médio real

Já na classificação por categorias de posição na ocupação, o maior aumento no rendimento médio real habitualmente recebido em comparação com dezembro do último ano foi para os Empregados sem carteira no setor privado (8,6%):

O rendimento médio real habitual é o rendimento bruto ganho pela pessoa em um mês completo de trabalho. Éhabitual porque desconsidera o que não tem caráter contínuo (como bonificações, horas extras, 13º salário e descontos ocasionais), ao contrário do rendimento efetivo. E é real porque os valores são corrigidos pelo INPC (de cada região ou da média ponderada) a preços do último mês divulgado da série histórica, permitindo comparações desinflacionadas. Os conceitos da PME são explicados na Metodologia da Pesquisa, disponível na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/.

Fonte: Sala de Imprensa (IBGE) 

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