Sindicatos de todo o país vão a Brasília para ato em defesa da Pauta da Classe Trabalhadora

Milhares de trabalhadores e trabalhadoras e entidades filiadas às centrais sindicais foram à Brasília nesta terça-feira (22) para uma manifestação em defesa da Pauta da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), documento que lista uma série de medidas necessárias para a reconstrução do Brasil e dos direitos dos trabalhadores após anos sucessivos de retrocessos.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba (SP) compareceu em peso ao lado de seu presidente, Igor Tiago Pereira (foto em destaque), assim como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cristalina (GO), que representaram a CSB no ato. O vice-presidente da CSB Flavio Werneck, diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) falou em nome do presidente nacional da CSB, Antonio Neto, que não pode comparecer.

“A manifestação foi uma demonstração de que o movimento sindical continua presente e atuante apesar de toda retaliação que sofremos e sem recuperação financeira. O movimento sindical e o movimento trabalhista fazem parte da natureza do ser humano, porque faz parte do ser humano lutar por melhores condições de vida, com melhorias na educação, na saúde, na segurança e do reconhecimento do seu trabalho”, disse Werneck.

Vice presidente da CSB Flavio Werneck fala durante ato de 22 de maio

Com o lema “22 de Maio por Mais Direitos”, a Plenária Nacional da Classe Trabalhadora começou às 8 horas, no estacionamento entre a Torre de TV e a Funarte, no Eixo Monumental, e seguir em marcha até a Esplanada dos Ministérios. Além dos sindicalistas, participaram da plenária os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo.

Atenção ao Rio Grande do Sul

Diante da tragédia das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, os sindicalistas deram grande destaque à necessidade de reunir esforços para proteger os trabalhadores gaúchos e para reconstrução do estado. Além dos 161 mortos e 82 desaparecidos, mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes e mais de 650 mil foram desalojadas.

Para os sindicalistas do RS, além das medidas já anunciadas pelo governo Lula (PT), e as doações de diversas entidades e a população em geral, é preciso manter o poder de compra da classe trabalhadora e garantir a participação das entidades sindicais em todos os processos que venham a reconfigurar os direitos previstos nas convenções e acordos coletivos das categorias. Essas reivindicações foram feitas junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em reunião virtual com o ministro Luiz Marinho.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no RS fez recomendações aos empregadores a fim de proteger os empregos e a atividade econômica no estado, mas já começou a receber diversas denúncias de patrões que estão constrangendo funcionários a retornarem ao serviço em áreas afetadas pelas enchentes.

Até o momento, o MPT recebeu 126 denúncias de constrangimento, sendo 75 delas de ameaças de demissão em caso de não comparecimento. No entanto, o empregador não pode exigir que o trabalhador coloque sua saúde e segurança em risco.

Reivindicações

Além de pedir por medidas de proteção aos trabalhadores no RS, a pauta da Plenária Nacional da Classe Trabalhadora incluiu:

  • Revogação do Novo Ensino Médio;
  • Valorização do Serviço Público: Contra a PEC 32/Reforma Administrativa;
  • Em defesa da Convenção 151 da OIT/defesa da negociação coletiva;
  • Trabalho decente: redução da jornada de trabalho e empregos decentes;
  • Salário igual para trabalho igual: Em defesa da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres;
  • Reforma agrária e alimento no prato;
  • Menos impostos para trabalhadores: juros baixos e correção da tabela de imposto de renda;
  • Valorização do salário mínimo e das aposentadorias;
  • Transição justa e ecológica em defesa da vida;
  • Em defesa do PLC 12/24, por Direitos dos Motoristas por Aplicativos.

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