Com apoio da CSB, sala em homenagem a Darcy Ribeiro é inaugurada na PUC-SP

Na manhã desta quinta-feira (3), alunos do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) inauguraram uma sala de estudos na universidade batizada de “Sala do Estudante – Professor Darcy Ribeiro”, em homenagem ao ex-ministro da Educação, antropólogo, historiador, autor do premiado livro “O Povo Brasileiro” e idealizador de um dos maiores projetos educacionais da história do Brasil, os CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública). Autoridades, lideranças e professores prestigiaram a cerimônia de inauguração da Sala no Campus Monte Alegre, Zona Oeste da capital paulista.

O projeto foi apoiado e patrocinado pelo Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo), pela Feittinf (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação) e pela Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). A iniciativa foi liderada pela atual gestão do Centro Acadêmico 22 de Agosto (CA22), organização dos estudantes de Direito da PUC-SP, e idealizada para servir como um ponto de encontro, estudo e trabalho para alunos, professores e funcionários da universidade..

“Esse projeto foi sonhado e arquitetado por muitas mãos. E para nós não teria outro nome senão o tal do estudante Darcy Ribeiro. Ele que passou a vida inteira pensando na educação e no desenvolvimento de um país, uma nação soberana, que prioriza a educação”, disse Ana Julia Carmona, presidente do CA22 na gestão Alvorecer, na abertura do evento.

“Foi uma ideia que, quando nos apresentaram, nos tocou profundamente porque é uma necessidade do espaço, da fixação do aluno na universidade, para que ele possa ter até possibilidade tecnológica de participar das coisas. E quando eu vejo aqui livros de Getúlio… não há uma rua em São Paulo com o nome do Getúlio, o homem que criou o conceito de nação no Brasil. O Darcy (Ribeiro) era um entusiasta das ideias de Getúlio, entusiasta das ideias de Brizola e fez uma parceria muito grande com Brizola, que fez mais de 500 CIEPs, e inspirou outros tantos no Brasil na questão da educação em tempo integral, a questão da educação no Brasil. Eu acho que trazer esses conceitos para dentro da universidade, da vida pública, é fundamental para semear, dentro do coração e das mentes da juventude, a história daquilo que nós acreditamos no trabalhismo e, acima de tudo, na educação. Ou seja, não há saída para o Brasil se não for através da educação”, afirmou Antonio Neto, presidente da CSB, na cerimônia.

Procurador do Ministério Público do Trabalho e membro da CONALIS (Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical) do MPT, Bernardo Coelho lembrou que o MPT realizou, em conjunto com as centrais sindicais, um evento sobre sindicalismo e juventude na PUC-SP, durante o programa Maio Lilás.

“Queria parabenizar o 22, a PUC, pela cessão do espaço. Um dos maiores pilares que devem ser seguidos é a permanência dos nossos alunos na universidade. Entrar é um processo difícil, mas a permanência ainda é um grande gargalo que a gente tem no estudo, não só na universidade, como no ensino médio, que, dos alunos que começam, poucos concluem. Então, que essa iniciativa da PUC e do 22 seja um exemplo a ser seguido”, pontuou.

Improvável virou realidade

Outra entidade que apoiou e patrocinou o projeto foi o Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), criado para fortalecer a integração entre os povos do Brasil e da China, consolidando as raízes chinesas no país. Presidente do Ibrachina, Thomas Law contou que fez mestrado e doutorado na PUC-SP.

“Desde 2013 a gente faz um trabalho de levar os alunos para as convenções internacionais de arbitragem Internacional em Xangai e em Hong Kong. Então, a PUC-SP já tem uma tradição de ter bons resultados contra as universidades asiáticas e para mim é uma alegria agora poder contribuir nessa sala. Eu sei que essa sala aqui vai ser uma sala de estudos, de fomento aos estudos, não só para a área do direito, mas para todas as áreas”, disse Law.

Presidente da Juventude Socialista do PDT da capital paulista e aluno da PUC-SP, Leonardo Carvalho relembrou que a ideia do projeto nasceu há cerca de dois anos, em uma conversa entre amigos em um barzinho. “De fato a gente imaginou naquele barzinho a sala Darcy Ribeiro. Com muita vontade e muita esperança, mas sabendo que seria improvável dar certo, né? No entanto, o improvável, quando se juntam pessoas interessadas, quando se juntam pessoas criativas, com vontade, com amor pelo projeto, o improvável se faz concreto”, apontou.

Carvalho enalteceu a escolha do nome de Darcy Ribeiro para batizar a Sala do Estudante, visto que antrpólogo dedicou boa parte de sua vida à educação. “Foi o sujeito que mais construiu escola na história da humanidade, muito provavelmente. Só de escolas públicas em tempo integral, os CIEPs, que depois inspiraram os CEUs aqui em São Paulo, ele construiu mais de 500”.

“O Alvorecer (atual gestão do CA22) tem se destacado no sentido de apoiar cada vez mais os alunos do Direito com todos os eventos que tem feito, e nós temos tido a oportunidade de participar, sejam de seminários, palestras, da feira de emprego, da [recente] viagem à Brasília, que é uma coisa fantástica pra que os alunos possam conhecer como funcionam os altos órgãos de Direito do Brasil. Mas acima de tudo, uma visão bastante interessante pra nós do mundo sindical, é trazer para dentro da universidade a discussão do direito civil. Discutir as questões do direito sindical, do direito do trabalho”, elogiou Antonio Neto.

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