Nota das centrais: patrões querem manter misoginia contra as trabalhadoras

As Centrais Sindicais abaixo assinadas repudiam a atitude da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de tentar destruir no Supremo Tribunal Federal a Lei 14.611/2023, conhecida como Lei da Igualdade Salarial.

A referida lei é fruto de uma demanda histórica não apenas do movimento feminista, mas de todo o movimento dos trabalhadores, que, por princípio, luta por igualdade e justiça em todos os aspectos da sociedade.

Relacionada: Movimento de mulheres sindicalistas faz ação para divulgar lei da igualdade salarial

Além disso, é importante ressaltar que não se trata de um projeto de um governo ou de uma parcela da sociedade, mas que foi aprovado por ampla maioria no Congresso Nacional, com apoio de partidos de diferentes orientações políticas.

As entidades patronais, que representam empresas que frequentemente fazem propaganda de como apoiam a igualdade e o respeito às mulheres, argumentaram na ação que a lei desconsidera casos em que a diferença salarial é, sim, justificada.

Levando-se em consideração que a Lei da Igualdade Salarial deixa claro que os salários devem ser iguais para pessoas que desempenham a mesma função e cumprem a mesma carga horária, fica claro o absurdo do argumento, uma vez que nada justificaria tal diferença a não ser, justamente, a questão de gênero.

Os representantes patronais desconsideram até mesmo dados econômicos que seriam relevantes para seus próprios interesses, uma vez que estudos demonstram que o fim de práticas discriminatórias contra as mulheres no mercado de trabalho estimularia o crescimento econômico, conforme apontou relatório recente do Banco Mundial.

Esperamos que a CNI e CNC retirem a ADI junto ao STF e, além disso, conscientizem-se de fato da importância de haver igualdade salarial e de oportunidades para as mulheres do Brasil.

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), e Antonieta da Faria, secretária da Mulher da CSB

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Leia também: Dia da Mulher: momento de reflexão para uma sociedade verdadeiramente mais justa

Compartilhe:

Leia mais
plenário almg 4-9-24
Assembleia Legislativa de MG aprova novos direitos para servidoras gestantes e lactantes
trabalho híbrido aumento produtividade
Trabalho híbrido aumentou produtividade, avaliam trabalhadores e empresas em pesquisa
aumento salário mínimo impulsionou PIB
Política de valorização do salário mínimo impulsiona alta do PIB do Brasil
TST reconhece vínculo de trabalhadora PJ
Pejotização: TST reconhece vínculo empregatício de trabalhadora que tinha contrato como PJ
denuncie assédio eleitoral
Centrais lançam ferramenta de denúncia de assédio eleitoral no trabalho; compartilhe!
Sindpd-SP aciona empresa contra demissão em massa
Sindpd-SP aciona empresa por demissão em massa de mais de 500 trabalhadores
operação resgate trabalho escravo
Quase 600 são resgatados em maior operação da história contra trabalho escravo
Febrafite pec 66-23
Febrafite critica projeto sobre dívida previdenciária dos municípios; assine petição
presidente da anamatra justiça do trabalho stf
Não há enfrentamento ao STF na Justiça do Trabalho, afirma presidente da Anamatra
greve serpro
Trabalhadores de São Paulo rejeitam proposta de acordo, e greve do Serpro é mantida