Economia cresceria o dobro sem desigualdade de gênero, aponta Banco Mundial

O Banco Mundial divulgou um relatório nesta segunda (4) que aponta que acabar com as leis e práticas discriminatórias que impedem as mulheres de trabalhar ou abrir empresas poderia aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em mais de 20%. Isso dobraria a taxa de crescimento global na próxima década.

O 10º relatório anual da instituição sobre Mulheres, Negócios e Direito mostrou que as mulheres têm, em média, apenas 64% das proteções legais que os homens têm, e não os 77% estimados anteriormente, e nenhum país, nem mesmo os mais ricos, oferece oportunidades verdadeiramente iguais.

Leia também: Movimento de mulheres sindicalistas faz ação para divulgar lei da igualdade salarial

O número mais baixo reflete as principais deficiências reveladas pela inclusão de dois novos indicadores (segurança e assistência à infância), além de remuneração, casamento, paternidade, local de trabalho, mobilidade, patrimônio, empreendedorismo e pensões.

O relatório avaliou pela primeira vez como 190 países estão implementando as leis existentes para proteger as mulheres, descobrindo o que chamou de uma lacuna “chocante” entre a política e a prática.

Assédio sexual

O relatório aponta que os obstáculos que as mulheres enfrentam para ingressar na força de trabalho global incluem barreiras para abrir empresas, diferenças salariais persistentes e proibições de trabalhar à noite ou em trabalhos considerados “perigosos”.

O assédio sexual é proibido no local de trabalho em 151 países, mas apenas 40 têm leis que o proíbem em locais públicos.

“Como podemos esperar que as mulheres prosperem no trabalho quando é perigoso para elas apenas se deslocarem para o trabalho”, disse o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill.

As mulheres também gastam, em média, 2,4 horas a mais por dia em trabalho de cuidado não remunerado do que os homens, em grande parte cuidando de crianças, sendo que apenas 78 países promulgaram padrões de qualidade que regem os serviços de creche.

No papel, as mulheres têm cerca de dois terços dos direitos dos homens, mas os países não dispõem dos sistemas necessários para a implementação e o cumprimento totais, segundo o relatório.

O relatório do Banco Mundial inclui recomendações específicas para os governos, incluindo o aprimoramento das leis relacionadas à segurança, cuidados infantis e oportunidades de negócios; a promulgação de reformas que eliminem as restrições ao trabalho das mulheres; a expansão das disposições sobre licença maternidade e paternidade; e o estabelecimento de cotas obrigatórias para mulheres nos conselhos de administração de empresas de capital aberto.

Tea Trumbic, principal autora do relatório, disse que apenas metade das mulheres participa da força de trabalho global, em comparação com quase três em cada quatro homens.

“Isso não é apenas injusto, é um desperdício. Os países simplesmente não podem se dar ao luxo de deixar de lado metade de sua população.”

Com informações de: Folha de S.Paulo

Compartilhe:

Leia mais
vagas emprego sine carteira de trabalho digital
Vagas de emprego do Sine estão disponíveis na Carteira de Trabalho Digital
emprego e beneficios sociais reduzem pobreza no brasil
Luiz Marinho destaca conquistas lideradas pelo Ministério do Trabalho em 2024
intercambio sindical em Washington
Sindicalistas do Brasil e dos EUA trocam experiências em programa de intercâmbio em Washington
INSS pagamento automatico auxilio doença
INSS suspende bloqueio de pagamento do benefício por falta de comprovação de vida; entenda
fake news não há nova contribuição sindical
Ao contrário do que diz a imprensa, não há nova contribuição sindical em discussão no país
reunião dieese servidores públicos
Servidor público, participe de reunião estratégica na defesa de seus direitos; acesse o link
Fessergs toma posse no conselho do IPE Saude
Presidente e vice-presidente da Fessergs tomam posse como conselheiros do IPE Saúde
TST novas regras recursos
Admissibilidade de recursos no TST tem novas regras a partir de fevereiro; saiba o que muda
reajuste servidores federais 2025 aprovação orçamento
Reajuste de servidores federais será pago após sanção do Orçamento de 2025
falecimento adriano de souza oliveira sinserpu
CSB e Fesmig lamentam falecimento de Adriano Oliveira, presidente do Sinserpu