Trabalhadores rejeitam proposta de empresas no GT dos Aplicativos – Em mais uma reunião do Grupo de Trabalho dos Aplicativos realizada nesta segunda-feira (14), uma das associações representantes das empresas do setor apresentou uma proposta de remuneração mínima para os trabalhadores, que ficou muito abaixo do esperado pelos representantes da categoria.
De acordo com Nicolas Souza, da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos, que representou a CSB ao lado de Antonio Neto no encontro, a Amobitec propôs uma remuneração mínima de R$ 10,20 por hora, contando apenas o tempo que os trabalhadores estão em corridas, e não o tempo que ficam à disposição.
Além disso, os trabalhadores apresentaram um estudo feito em parceria com o Dieese com todos os custos com os quais eles arcam para exercer o ofício – como combustível, manutenção do veículo, equipamentos, etc – e, a partir daí, haviam feito um cálculo de remuneração mínima, mas esses pontos não foram levados em consideração na proposta feita pelas empresas.
“Nós enviamos de volta a lista de custos que fizemos, e eles vão ter que dizer por que não inseriram alguns itens que são tão essenciais. Ok, estamos abertos à argumentação, mas eles precisam argumentar. Eles simplesmente não levaram em consideração e pronto”, contou Nicolas.
O secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho, disse que o governo criou o grupo de trabalho em busca de um consenso entre as partes, mas que a determinação do presidente Lula é que o trabalho em aplicativos seja regulamentado mesmo que não se chegue a um acordo.
“Havendo um acordo, maravilha. Não havendo acordo, o governo vai tomar providências para que haja de fato regras mínimas que assegurem os direitos dos trabalhadores e naturalmente condições para que as empresas possam continuar servindo no Brasil”, afirmou.
Responsável pela condução dos debates, o secretário deu um prazo de 15 dias para que trabalhadores e empresas cheguem a um possível consenso. Neste período, haverá uma intensa discussão entre trabalhadores e empresas rumo ao acordo em relação aos ganhos mínimos e sobre as tabelas de custos referentes à operação.
Segundo Carvalho, a pacificação deste debate vai destravar outros temas que precisam ser resolvidos na relação entre empresas e trabalhadores.
“Todo trabalhador vai precisar contribuir para a previdência. Hoje o trabalhador não tem nenhuma assistência. Os custos que ele tem quando se acidenta fica por conta apenas do Estado e as empresas vão ter que participar. Nós queremos também acertar o que nós chamamos de transparência algorítmica, ou seja, o trabalhador tem o direito de saber os motivos que ele ganha x ou y, além das condições mínimas de segurança”, explicou.
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