SINDPD-PR media as negociações com a empresa, que pede a retirada de uma Ação de Cumprimento na Justiça e a cláusula de demissão motivada no Acordo Coletivo de Trabalho
Trabalhadores da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) rejeitaram proposta da empresa e decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir das 6 horas da próxima quinta-feira (1). A greve que havia sido aprovada em assembleia no último dia 18 foi mantida em novo encontro dos funcionários, que aconteceu na última sexta-feira (26) no ginásio da Fundação Celepar (Funcel).
Segundo a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Tecnologia da Informação do Paraná (Sindpd-PR) e integrante da Direção Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) Marlene Fátima da Silva, a empresa condicionou o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho de 2016 à retirada de uma Ação de Cumprimento na Justiça do Trabalho e a exclusão da cláusula de demissão motivada no ACT, conquistada no julgamento do dissídio de 2012, realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no final de 2015.
A Ação de Cumprimento – referente a uma cláusula mantida na sentença normativa e que determina o pagamento do reajuste substitutivo de 3% ao mês – ainda não foi cumprida pela empresa. “Quando saiu a sentença no final do ano passado, a empresa não aplicou esse reajuste. Por isso, estamos cobrando na Justiça esse ano”, falou Marlene, que também considera a demissão motivada uma grande conquista para os trabalhadores da Celepar.
“Nós não tínhamos em nosso ACT a demissão motivada, já era uma reivindicação na nossa campanha de 2012 e ela foi concedida no dissídio. Ou seja, a empresa só pode demitir depois de todo o processo administrativo”, explicou a dirigente.
Esses dois temas têm travado as negociações salariais desse ano, que começaram em maio. “A empresa começou a colocar essas duas condições para poder fechar o ACT. Não tem nada a ver essa ação antiga com a negociação de 2016. Os trabalhadores também não querem perder a conquista da demissão motivada, e a empresa quer retirar esse direito. Tentamos de todas as formas negociar, mas eles sempre chegam com a mesma conversa, não mudam a proposta”, falou Marlene, que garantiu que foram realizadas pelo menos quatro mesas de negociações.
No último mês de julho, os trabalhadores, com o respaldo do Sindpd, fizeram um pedido de mediação no Ministério Público do Trabalho, mas a empresa não aceitou. Esse fato demonstrou a falta de interesse da companhia em resolver os impasses de maneira amigável, o que motivou os funcionários a realizarem a assembleia para deliberar o estado de greve.
Ainda segundo Marlene, as negociações com a empresa, que conta com 1.200 funcionários, sempre foram tranquilas, mas começaram a ficar difíceis com a entrada do novo governo estadual. “As negociações não eram fáceis, mas também não eram assim, desse jeito. Não havia essas intransigências a ponto de retirar conquistas. Aliás, esse foi o motivo que nos fez ingressar com o dissídio coletivo, em 2012, onde ”, finalizou a dirigente do Sindpd-PR.