Renda média dos trabalhadores cresce 5,1% em um ano e volume total bate recorde

O rendimento médio dos trabalhadores brasileiros atingiu o valor de R$ 3.228 no trimestre encerrado em agosto, um aumento de 0,6% na comparação e de 5,1% em um ano. A massa total de rendimento real dos trabalhadores somou R$ 326,2 bilhões no último trimestre, o maior volume já registrado desde que a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) teve início em 2012.

O crescimento da massa de rendimento foi de 1,7% em relação ao trimestre anterior e de 8,3% na comparação com o ano anterior, o que equivale a R$ 24,9 bilhões a mais.

Leia também: Renda dos trabalhadores aumentou devido às negociações coletivas, diz Banco Central

O aumento da massa salarial é resultado também de um número recorde na população ocupada no país. Em agosto deste ano, o total de pessoas empregadas chegou a 102,5 milhões.

“Essa população ocupada é crescente. E, embora o rendimento não tenha tido um crescimento estatisticamente significativo, a variação dele foi positiva, em 0,6%. De forma, que, quando se soma o rendimento de todos os trabalhadores, essa massa de rendimento segue crescente”, afirma a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.

Emprego em alta

O nível de ocupação da população, que mostra o percentual de trabalhadores em relação ao total de pessoas em idade de trabalhar, subiu para 58,1%, aproximando-se do patamar recorde de 58,5%, registrado em 2013.

“A população ocupada está crescendo a uma taxa maior o que a população em idade de trabalhar. Isso denota o mercado de trabalho aquecido, ou seja, geração de trabalho no nível suficiente para dar conta do crescimento da própria população”, explica a pesquisadora.

No trimestre encerrado em agosto deste ano, também foi observada o menor contingente de população desempregada (ou seja, aquela que está em busca de emprego mas ainda não conseguiu) desde janeiro de 2015, marcando 6,6 % em agosto, segundo o IBGE.

Tanto o crescimento da população ocupada quanto a queda da população desempregada explicam a queda da taxa de desemprego, que chegou a 6,6% em agosto, segundo o IBGE.

Foram criados 232.513 postos de trabalho com carteira assinada no mês de agosto e 1,7 milhão no ano.

Das dez atividades econômicas pesquisadas pelo IBGE, sete apresentaram alta na geração de postos de trabalho na comparação com o trimestre encerrado em agosto de 2023: indústria (4,2%), comércio (2,6%), construção (5,2%), transporte e armazenamento (6%), informação e comunicação (5,7%), administração pública, saúde e educação (3,4%) e outros serviços (5,6%). Apenas agricultura teve perda (-4,2%).

Ministro do Trabalho e Emprego em exercício, Francisco Macena ressaltou que a boa notícia é que “não só os cinco grandes grupos econômicos, mas as 27 unidades federativas apontaram crescimentos importantes”.

Críticas ao Banco Central

Macena também aproveitou a oportunidade para ressaltar que os resultados foram positivos apesar da política de juros altos praticada pelo Banco Central que, segundo ele, atrapalha o desenvolvimento econômico do país.

“O acumulado da indústria já representa 90% de todos os postos de trabalho que foram criados no ano passado. Isso, para nós, é um indicador muito importante por mostrar retomada do desenvolvimento econômico e da perspectiva de um desenvolvimento mais sustentável, apesar de o Banco Central, aquele povo ensimesmado, ainda trabalhar, na nossa opinião, em uma perspectiva contrária ao desenvolvimento econômico do país, aumentando o custo da dívida pública e deixando de incentivar investimentos na indústria e na economia”, argumentou.

Para ele, o BC precisa levar em conta, nas análises que costuma apresentar, que “a perspectiva de desenvolvimento do país vai além da política monetária”.

Informalidade

Por outro lado, o número de trabalhadores informais no país também atingiu um volume recorde no trimestre encerrado em agosto deste ano: 39,83 milhões de pessoas, ou seja, um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior.

Os trabalhadores informais são aqueles empregados no setor privado e domésticos sem carteira de trabalho assinada, empregadores e trabalhadores sem registro no CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

O aumento foi maior do que o crescimento médio da população ocupada no período (1,2%). De acordo com o IBGE, os empregos sem carteira assinada no setor privado cresceram 4,1% no trimestre, também atingindo patamar recorde, enquanto o contingente de trabalhadores com carteira assinada teve um aumento de apenas 0,8% no período.

Mais boas notícias

A população subutilizada, que inclui desempregados e pessoas que trabalham menos horas do que poderiam, chegou a 18,5 milhões de pessoas, a menor desde o trimestre encerrado em junho de 2015 (18,2 milhões), o que representou quedas de 4,7% na comparação com o trimestre anterior e de 8,5% no ano.

Já a população desalentada, ou seja, aquela que gostaria de trabalhar e estava disponível, mas que não buscou trabalho por vários motivos (não conseguiria trabalho adequado, não tinha experiência profissional, não havia trabalho na localidade, era muito jovem ou muito idoso), chegou a 3,1 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (3 milhões).

Foram registradas quedas de 5,9% no trimestre e de 12,4% no ano.

Informações: Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Compartilhe:

Leia mais
Fachadas ministérios regras recesso fim de ano 2024 servidores federais
Governo define regras do recesso de fim de ano para servidores federais
Desemprego cai e renda cresce no Brasil agosto 2024
Renda média dos trabalhadores cresce 5,1% em um ano e volume total bate recorde
Reforma trabalhista é precarizante
Sete anos depois, reforma trabalhista é reconhecida como precarizante
atualizacao-de-dados-sindicatos-cnes-ministerio-do-trabalho
Entidades sindicais devem atualizar cadastro até 31 de dezembro, define Portaria do MTE
Sindimais 2024
Presidente da CSB confirma participação no SindiMais, maior evento sindical do país
carteira de trabalho e notas de real
Renda dos trabalhadores aumentou devido às negociações coletivas, aponta Banco Central
compromisso sindpd sindiesp
Sindpd e Sindiesp firmam compromisso para fortalecer representatividade no setor de TI
Stress no trabalho
Precarização afetou saúde mental dos trabalhadores brasileiros, diz pesquisador
tst assédio eleitoral
Justiça do Trabalho cria robô que monitora petições e envia alerta sobre assédio eleitoral
centrais sindicais sindicatos apoiam Boulos
Centrais declaram apoio à Guilherme Boulos para a Prefeitura de São Paulo