Nova assembleia nesta terça-feira definirá se categoria entra em greve. Dentre as principais reivindicações da categoria, está manter os 30 dias de recesso remunerado no final do ano
Os professores de pelo menos 84 escolas de educação básica da rede particular da cidade de São Paulo paralisaram as atividades nesta terça-feira (29) em protesto contra revisão de benefícios trabalhistas, segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). Uma greve não está descartada.
O impasse na negociação da convenção coletiva da categoria já dura 5 meses e foi parar no Tribunal Regional do Trabalho. Segundo o sindicato, a proposta dos patrões retira importantes direitos estabelecidos pelo documento.
“A Convenção é muito importante porque regulamenta desde a admissão até o processo de demissão do professor. Os patrões querem modificar ou acabar com 40% dos direitos previstos”, afirma Silvia Barbara, diretora do Sinpro-SP.
Dentre as principais reivindicações da categoria, está manter os 30 dias de recesso remunerado no final do ano (o sindicato patronal quer reduzir para 23 dias) e o número de duas bolsas de estudo para os filhos dos professores. Eles também lutam contra o fim da garantia semestral de salários (que regula o valor recebido em caso de demissão), fim das férias coletivas e a possibilidade de redução de salários por acordo.
Na última quarta-feira (23), 37 escolas já haviam paralisado as atividades. Nova assembleia marcada para as 14h desta terça-feira definirá se os professores entrarão em greve.
Patronal
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado (Sieesp) afirma que mantém o diálogo e a disposição para negociar com os professores enquanto aguarda a decisão do TRT.
“Não queremos acabar com direitos dos professores. Fizemos todas as concessões possíveis. Propusemos até um aumento real no salário para compensar. Mas chegamos a um limite. É uma questão de sobrevivência que essas mudanças sejam feitas”, afirma Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sieesp.
Segundo o presidente, o principal ponto para os patrões é a redução dos dias de recesso remunerado. “Não estamos conseguindo cumprir os dias letivos, que passaram de 180 para 200 por ano. Quem mais sofre com isso são as escolas menores e que atendem as classes B, C e D, porque não há como pagar hora extra”, diz.
O presidente afirma que continuará as negociações nos próximos dias. “Estamos abertos, mas essa mobilização continua sendo pouco expressiva. Nós representamos 10 mil escolas do estado e maioria dos professores não apoia essa greve”, afirmou.
Confira a lista com as 84 escolas sem aulas nesta terça:
1.Abilita
2.Alecrim
3.Anglo 21
4.Anglo Leonardo da Vinci
5.Anglo Vestibulares São Paulo (unidades Tamandaré, Sergipe e João Dias) **
6.Ânima
7.Arete
8.Arraial das Cores
9.Ateneu Osasco
10.Bakhita
11.Be.Living
12.Carandá – Viva vida
13.Casinha Pequenina
14.Colégio Canello Marques
15.Colégio Anglo São Paulo **
16.Colégio Cristo Rei
17.Colégio Friburgo
18.Colégio Global
19.Colégio Nova Estrela Guia
20.Colégio Pedroso e Oliveira (fund 2 e médio )
21.Colégio Santa Maria (ensino médio)
22.Costa Zavagli
23.E. Fazendo Arte
24.E. Jacarandá
25.Emilie de Villeneuve
26.Equipe
27.Escola da Vila
28.Escola do Bairro
29.Escola Miguilim
30.Escola Vera Cruz
31.Escola Viva
32.Espaço Brincar
33.Estilo de Aprender
34.Estrela Guia
35.Giordano Bruno
36.Gracinha
37.Grão de Chão
38.Ítaca
39.Liceu Pasteur (francês)
40.Lumiar
41.Madre Cabrini **
42.Magister
43.Maple Bear Granja Julieta
44.Maple Bear Guarulhos
45.Maple Bear Jaguaré **
46.Maple Bear Santana
47.Maple bear Vila Mascote**
48.Notre Dame
49.Novo Ideal
50.Ofélia Fonseca
51.Oswald
52.Parâmetros
53.Parque Maravilha **
54.Pataxó
55.Pentágono (3 unidades)
56.Playpen
57.Politeia
58.Primeira
59.Projeto Vida **
60.Rainha da Paz
61.Recreio
62.Santa Amália
63.Santa Amália Tatuapé
64.Santa Clara
65.Santa Clara de Assis
66.Santa Cruz*
67.Santa Maria de Nazaré
68.Santi
69.São Domingos
70.São Teodoro de Nossa Senhora do Sion
71.Simão Frugis
72.Stance Dual
73.Teia de Aprendizagens
74.Teia Multicultural
75.Tutor School
76.Viver
77.Waldorf Aitiara (Botucatu)
78.Waldorf Francisco de Assis
79.Waldorf Guayi
80.Waldorf Micael
81.Waldorf Ribeirão Pires
82.Waldorf São Francisco de Assis
83.Waldorf São Paulo
84.Waldorf Viver Bauru
* paralisação total à tarde; atividades “temáticas” na parte da manhã e à noite.
** paralisação parcial
Fonte: G1 São Paulo