A CSB no Rio Grande do Sul promoveu uma plenária ampliada nesta sexta-feira (25) em Caxias do Sul, na sede do Sintronac. O presidente da CSB-RS, Sérgio Arnoud, convidou o presidente nacional da central, Antonio Neto, para esclarecer aos dirigentes sindicais a proposta de contribuição negocial e outros temas em discussão no Grupo de Trabalho da Negociação Coletiva.
Neto é membro titular do GT, que é composto pelas seis centrais sindicais, seis confederações patronais e coordenado pelo Ministério do Trabalho. O grupo tem o objetivo de elaborar uma minuta de projeto de lei que reestruture o financiamento dos sindicatos e promova uma reforma sindical.
“Estamos discutindo há 6 meses como fica a questão do financiamento dos sindicatos. Eu olho uma sede como essa em que estamos e penso: com que dinheiro foi construída essa sede? Com dinheiro de partido político? Da igreja? Do governo? Não. Esta sede foi construída com o suor e o dinheiro de cada um dos trabalhadores”, disse Neto.
Ele criticou matérias publicadas em vários veículos que tentaram classificar a contribuição negocial como “a volta do imposto sindical”, que foi extinto pela reforma trabalhista de 2017, que seria maior que o antigo tributo.
“Foi só a gente questionar no Supremo Tribunal Federal a constitucionalidade do fim do financiamento sindical que toda a mídia da elite burguesa e escravocrata do país está em campanha contra o movimento sindical. Estão dizendo ‘está aí de volta o imposto sindical’. Não é nada disso. É a volta de uma forma de financiamento para a estrutura sindical brasileira”, defendeu.
Relacionada: Ministro nega volta do imposto sindical e explica proposta de contribuição negocial
Neto acrescentou que a campanha contra os sindicatos diz ainda que eles são pouco representativos, pois teria uma porcentagem baixa de filiados. No entanto, o Brasil tem uma média de 12% de trabalhadores filiados mesmo após a reforma trabalhista, índice próximo dos países da OCDE, que é de 12,5% em média.
“Dizem também que os sindicatos não são representativos, vejam só que absurdo. Um sindicato representa toda a categoria, quando ele assina uma convenção coletiva, ela vale para todos os trabalhadores daquela categoria, filiados ou não”, pontuou, relembrando o princípio da unicidade sindical.
Compareceram à plenária dirigentes sindicais de categorias como vigilantes, servidores públicos, metalúrgicos e rodoviários. A CSB é a maior central sindical no Rio Grande do Sul, com cerca de 100 filiados.
Nova filiação
Somando-se a diversos sindicatos de rodoviários que já são parte da CSB-RS, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Carazinho e Região se filiou à central nesta sexta, pouco antes do início da plenária.
Veja também: CSB e autoridades prestigiam posse da nova diretoria da Fetrarod em Caxias do Sul (RS)