Especuladores perdem eleição, mas querem comandar política econômica

CSB condena setores do mercado financeiro que defendem a extinção da política de desenvolvimento aprovada nas urnas pelo povo brasileiro

As últimas eleições, findadas no dia 26 de outubro, apresentaram um cenário muito específico.  Este pleito expôs a clara e muito acirrada disputa entre os interesses do Brasil e do povo contra os especuladores do mercado financeiro, que, por meio das duas candidaturas derrotadas apresentaram propostas no sentido de modificar a política de desenvolvimento, fortalecimento do Estado, geração de emprego e combate à miséria que obteve a vitória novamente nas urnas.

De forma explícita, alguns elementos do mercado passaram a dominar os jornais brasileiros com pressões para que o governo Dilma Rousseff mude o rumo do projeto de governo que foi eleito e validado pelos brasileiros. Tal manifestação escancarada evidencia-se em matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, no dia 28 de outubro, na qual Anthony Pereira, diretor do Brazil Institute do King’s College (Londres), lança a máxima de que “o governo Dilma, na percepção externa, foi ‘longe demais’ na direção desenvolvimentista e sabe que precisa recuperar a credibilidade”. Segundo Pereira, “os investidores esperam um sinal à ortodoxia, com redução de gasto público e menos ativismo na política industrial”.

Na análise da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Dilma Rousseff já dispõe de credibilidade, atestada pelos eleitores nas urnas. Esta confiança é a aprovação do povo brasileiro e das entidades sociais, que deve ser ainda mais fortalecida e ampliada.

Desta forma, quando a Folha de S.Paulo expõe declarações de representantes como Anthony Pereira, apelativas à denominada ortodoxia, o faz para atender a pressões de interesses que, definitivamente, não são do povo. Antonio Neto, presidente da CSB, afirma que o povo brasileiro venceu as eleições e vai lutar para que o País siga no caminho do desenvolvimento social e dê prioridade ao setor produtivo.

“Nos próximos quatro anos, temos o compromisso de erradicar a miséria, gerar milhões de empregos, fortalecer nosso mercado interno e nossa tecnologia. Todo o investimento para o setor produtivo será bem-vindo, desde que não seja subterfúgio para explorar a mão de obra do trabalhador. O capital especulativo tem de ficar longe do Brasil”, declarou.

O jornal paulista afirma ainda em sua publicação que o “mercado gostaria da sinalização de reformas ‘transformadoras’, embora considere ‘improvável’ que isso ocorra”. O presidente da CSB explica que já passamos por esta receita, e as verdadeiras mudanças já foram implementadas desde 2003, com as políticas sociais, de valorização do salário e do combate à fome.

“É claro que estas reformas não brilham aos olhos do mercado financeiro, porque isso atinge uma parcela insignificante para eles. Como podemos imaginar que tirar 50 milhões de pessoas da miséria pode ser essencialmente bom para os especuladores”, sentenciou Neto.

Na análise do dirigente da CSB, os “rápidos movimentos tranquilizadores” citados pela Folha – a escolha do novo ministro da Fazenda ligado ao mercado financeiro – são, na verdade, uma manobra para o aumento da conspiração especulativa sobre o Brasil.

“Estes analistas estão querendo que o governo – que venceu a eleição com um projeto específico e determinado – mude a sua trajetória. Mas o caminho do País é um só: aquele voltado ao povo que luta todos os dias do ano pela construção deste Brasil grande e próspero do qual eles querem se aproveitar”, finalizou Antonio Neto.

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