Evento unificado na capital paranaense protestou em defesa dos direitos trabalhistas, pela democracia e contra os retrocessos do governo federal
O 1° de Maio unificado das centrais sindicais aconteceu em Curitiba e reuniu dezenas de milhares de pessoas para celebrar e, sobretudo, conclamar os trabalhadores a resistir e lutar contra a reforma trabalhista do governo federal. CSB, CTB, CUT, UGT, Nova Central e Força Sindical realizaram juntas o Dia do Trabalhador na capital paranaense para protestar contra os efeitos da Lei 13.467, que alterou pontos da CLT e afeta a realidade de milhões de brasileiros em todo o Brasil. As entidades também celebraram a unidade das centrais e reivindicaram a geração de empregos e defenderam a aposentadoria e políticas públicas de desenvolvimento social.
Em sua análise sobre a importância do 1° de Maio em momento tão complexo para o País, o presidente nacional da CSB, Antonio Neto, lembra que, nesta data, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) completa 75 anos.
“É uma data muito importante para os trabalhadores e para os setores progressistas de todo o mundo. É uma data que simboliza a luta contra o retrocesso e contra a exploração. Por isso, este dia do trabalhador é mais do que nunca de luta, sobretudo porque marca os 75 anos da CLT”, diz Neto.
As mais de sete décadas da legislação trabalhista e o Dia do Trabalhador têm significado representativo em 2018 diante do cenário de estagnação econômica, social e do mercado de trabalho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Brasil atingiu 13,1% no primeiro trimestre do ano, o que equivale a 13,7 milhões de pessoas sem ocupação formal.
José Avelino Pereira, vice-presidente da CSB, representou a Central no ato em Curitiba ao lado do secretário-geral Alvaro Egea, do secretário de finanças Juvenal Cim e de Paulo Oliveira, 1° secretário de Organização e Mobilização. Chinelo criticou as promessas de geração de empregos feitas pelos idealizadores da reforma e a maneira açodada como o projeto foi tratado pelo Congresso Nacional. “Essa reforma foi feita ‘para inglês ver’; ela foi feita tão no afogadilho, que as principais coisas não foram debatidas. Precisava ter sido debatida mais e melhor junto com as centrais, com os sindicatos”, disse o dirigente, que conclamou: “Esse é um 1° de Maio de resistência”.
Chinelo alertou sobre o desmonte da representação dos trabalhadores, uma das graves consequências da Lei 13.467, e argumentou que “o movimento sindical precisa se reinventar dentro da nova relação capital e trabalho”. “Essa reforma desequilibrou o jogo, foi só para o lado do patrão, foi um ponto de desequilíbrio muito forte entre patrão e trabalhador”, completou o vice-presidente da CSB.
Enfrentamento e luta dos trabalhadores
Segundo o presidente Antonio Neto, neste Dia do Trabalhador – diante do cenário de retirada de direitos trabalhistas, de desmonte da CLT e dos sindicatos e da entrega das riquezas do Brasil e sua soberania nacional -, é imprescindível “usar essa data para marcar a nossa virada, a nossa ofensiva para derrotar e ganhar a briga, e mostrar que essa reforma trabalhista é inconstitucional, que fere convenções e acordos internacionais”.
“Vamos lutar para manter os direitos historicamente conquistados e garantir avanços para todos os trabalhadores. É importante repetir que este 1º de Maio é uma conjunção de forças com todos os setores da sociedade”, reiterou Antonio Neto.
José Avelino Pereira reiterou em seu discurso no ato que o governo federal tem apenas um propósito, “acabar com a classe trabalhadora”. O vice-presidente da CSB lembrou também que a reforma da Previdência perdeu força pela pressão da sociedade e falta de votos do governo para aprovar o projeto na Câmara e no Senado. O dirigente é categórico ao defender que os trabalhadores elejam nas próximas eleições aqueles que de fato representam os interesses da classe operária. “Temos um grande desafio pela frente, que em outubro exerçamos nosso direito de cidadão, o direito de votar contra aqueles que roubam o País, que fazem do Congresso Nacional uma baderna política”, criticou Chinelo.
Além do ato político, o 1° de Maio unificado das centrais contou com os shows de Beth Carvalho, Ana Cañas, Maria Gadu e Renegado.
Assista ao vídeo especial do presidente Antonio Neto feito para o 1° de Maio.
https://www.facebook.com/CentralDosSindicatosBrasileiros/videos/965941496863826/