Centrais discutem a aprovação da pauta trabalhista no Plenário da Câmara

Comissão Geral dos Trabalhadores criticou a demora na aprovação dos projetos essenciais para os trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário

Na tarde de hoje (6), a Comissão Geral dos Trabalhadores ‑ formada pelas centrais sindicais ‑ e parlamentares se reuniram para debater, no Plenário da Câmara dos Deputados, a urgência na aprovação dos temas da pauta trabalhista parados no Congresso Nacional.

Representantes da CSB, CTB, UGT, CUT, NCST, Força Sindical, DIESE e DIAP, além de deputados da Casa, discutiram a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, a regulamentação da Convenção 151 e ratificação da Convenção 158 da OIT, e a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

A CSB foi representada pelo presidente Antonio Neto e o vice Flávio Werneck. A entidade criticou duramente a inércia do Congresso em destravar assuntos tão importantes para os interesses dos trabalhadores.

foto 1“Há quase duas décadas, precisamente há 19 anos, o movimento sindical luta para aprovar projetos que melhorem a condição de vida dos trabalhadores brasileiros, mas todos estão paralisados na Casa”, disse Neto.

“Um dos mais gritantes é o da redução da jornada de trabalho, sem redução de salário. É difícil hoje encontrar no Brasil alguém que seja contra essa medida, porque ela é justa e inadiável. Mas uma pequena parcela da elite brasileira, muitos deles netos e bisnetos dos mesmos que adiaram a abolição da escravatura, consegue barrar essa justa e salutar medida para o País e para o povo”, completou o presidente da CSB.

Antonio Neto foi enfático ao falar dos resquícios da escravidão no Brasil, mesmo depois da assinatura da Lei Áurea. “Após a abolição, os escravos negros foram jogados à margem da sociedade e substituídos pelos escravos brancos, numa mostra de que os exploradores nunca desistem, sempre querem seguir com a mesma exploração”, enfatizou.

Servidores públicos

foto 2Flávio Werneck destacou em seu discurso a urgente necessidade da regulamentação da Convenção 151, que prevê a negociação coletiva no setor público, e elencou as outras principais carências dos servidores. A recomposição anual inflacionária dos salários, segundo o vice-presidente, está há 25 anos sem regulamentação.

“Eu sou da Polícia Federal e estou há oito anos sem essa recomposição. Isso resolveria 90% das greves no serviço público, porque hoje o trabalhador entra em greve para começar a negociar”, explicou sobre a necessidade da regulação do direito de greve no setor público, outra carência citada por Werneck.

Para o dirigente, a perseguição que setores do governo vêm praticando contra sindicalistas é um retrocesso. “Há mais de 30 policiais federais, que são dirigentes sindicais, sendo perseguidos por falta da regulamentação do direito de greve”, revelou.

Flávio Werneck também criticou a situação dos aposentados no País. Segundo ele, a aprovação da PEC 555, que acaba com a contribuição previdenciária dos aposentados do serviço público, é outra questão urgente.

Avanço na pauta

As centrais defendem a união do movimento sindical para pressionar o Congresso na aprovação das reivindicações. Antonio Neto defendeu a correlação de forças para avançar na redução da jornada, no fim do fator previdenciário, além de lutar pelo fim da demissão imotivada; pela atualização da tabela do Imposto de Renda, que – segundo ele ‑ chega hoje a 62%; a correção do FGTS; a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres; e as 30 horas semanais para os profissionais da enfermagem.

“Assim como terminamos com a escravidão, conseguiremos aprovar a pauta ‑ com a ajuda dos parlamentares do Congresso ‑ para que tenhamos definitivamente resgatados os direitos da classe operária. Sabemos que o Brasil cresce, desenvolve-se e precisa cada vez mais dos trabalhadores”, concluiu o presidente da CSB.

Ainda nessa semana, a Comissão Geral dos Trabalhadores se reunirá com parlamentares, na Presidência da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, e com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, no Palácio do Planalto, para avançar nos debates sobre a pauta trabalhista.

Compartilhe:

Leia mais
Ministro Carlos Lupi e José Avelino Pereira Sinab CSB
Presidente do Sinab assume posto no Conselho Nacional de Previdência Social
destruição enchente rs auxilio financeiro
Mais de 5,6 mil trabalhadores domésticos no RS podem pedir auxílio financeiro; saiba como
img-inscricao-concurso-publico-vagas-para-ti
Encerram hoje (4/7) inscrições para concurso do Ministério da Gestão; salário de R$ 8,3 mil
reunião tst centrais sindicais
Centrais têm reunião com presidente do TST sobre contribuição assistencial e emprego no RS
APOIO À NOTA TÉCNICA Nº 09 DA CONALIS
Centrais sindicais dão apoio à Nota Técnica da Conalis (MPT) sobre contribuição assistencial
acordo rodoviários porto alegre trt
Rodoviários de Porto Alegre terão reajuste no salário e no vale-alimentação
Apoio Financeiro RS prorrogado
Governo amplia prazo para empresas do RS aderirem a Apoio Financeiro a funcionários
prodesp descumpre cota jovem aprendiz
Tarcísio promete 60 mil vagas de Jovem Aprendiz, mas Prodesp descumpre cota
Fachada ministério do trabalho
Ministério do Trabalho notifica 1,3 mil sindicatos para atualizar informações; acesse a lista
falecimentot josé alberto rossi cnpl
Nota de pesar: CSB lamenta falecimento de José Alberto Rossi, ex-presidente da CNPL