Após nove dias de greve, os trabalhadores rodoviários de Esteio (RS) fecharam um acordo com as empresas que operam o transporte público na cidade e encerraram o movimento no fim da tarde desta terça-feira (5).
No mesmo dia, foi realizada uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Leopoldo, que opera na cidade e coordenou a greve, da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Sul (Fetrarod), da Viação Hamburguesa, da Real Rodovias, da Metroplan e da prefeitura, com acompanhamento do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em nome dos trabalhadores, participaram da reunião o tesoureiro do Sindirodoviários de São Leopoldo, Wilson Caetano de Araújo, o advogado João Batistas de Oliveira, e o presidente da Fetrarod, Tacimer Kulmann da Silva.
Relacionada: Rodoviários em greve em Esteio (RS) denunciam tentativa de intimidação pela Prefeitura
Após debates, as empresas ofereceram vale-alimentação de R$ 25 retroativo a 1º de janeiro de 2024, reajuste salarial pelo INPC acumulado de 2023 (3,71%) e 5% de adicional de dupla função para os motoristas contando a partir de maio com pagamento em junho e aumento gradativo para 10% em setembro e 15% em dezembro.
Ficou acordado ainda que os retroativos serão pagos em abril e maio e que não haverá desconto em relação aos dias parados. Os trabalhadores também terão garantia de emprego por 90 dias, exceto em caso de encerramento das atividades das empresas.
A volta do vale-alimentação e do adicional de dupla função era justamente a principal demanda dos trabalhadores que, na época da pandemia da Covid-19, aceitaram a suspensão dos benefícios devido à crise financeira causada pela interrupção quase total do fluxo de passageiros, sob a promessa de que seriam retomados após o fim da pandemia.
No entanto, com as atividades normalizadas há mais de dois anos, os trabalhadores reivindicaram a volta dos benefícios que sempre receberam, ainda mais tendo em vista os auxílios financeiros que somaram mais de R$ 10 milhões que as empresas receberam dos governos municipal e estadual.
A falta de avanço nas negociações na primeira semana de greve levou os trabalhadores a se revoltarem na segunda (4) e paralisarem totalmente as atividades, contrariando pela primeira vez a determinação judicial de manter uma frota mínima em circulação.
Os rodoviários haviam pedido vale-alimentação de R$ 30, conforme o valor mínimo proposto pelo MPT, reajuste pelo INPC e adicional de 15% por acúmulo de função. A contraproposta foi apresentada pelo sindicato aos trabalhadores, que aprovaram os termos.
Com isso, os trabalhadores voltaram ao trabalho normal na manhã desta quarta-feira (6).