Em Goiânia, ministro do Trabalho debate emprego, redução da jornada e parcerias com setor industrial

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esteve em Goiânia recentemente para uma série de agendas com empresários, sindicalistas e representantes do setor produtivo. Acompanhado pelo presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros de Goiás (CSB-GO), Sandro Jadir de Albuquerque, o ministro reforçou a importância do diálogo entre trabalhadores, empregadores e governo para avançar em políticas de geração de emprego e melhores condições laborais.

“A equação da jornada de trabalho precisa ser encontrada com bom senso, tanto pelos empregadores quanto pelas entidades que representam os trabalhadores”, afirmou Marinho durante reunião com industriais da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (ADIAL), que representa mais de 85% do PIB industrial goiano.

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Sandro Jadir, que acompanhou as discussões, destacou a relevância da presença sindical nos espaços de negociação. “É fundamental que os trabalhadores tenham voz ativa nesses debates, especialmente quando se trata de temas como jornada, formalização e qualificação profissional. A CSB seguirá presente e pressionando por avanços concretos”, afirmou.

Sine e parceria com a ADIAL

Um dos destaques da visita foi a assinatura de um protocolo de intenções entre o Ministério do Trabalho (MTE) e a ADIAL para ampliar a intermediação de vagas por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine). A parceria prevê a divulgação de oportunidades via plataforma Emprega Brasil e aplicativo da CTPS Digital, facilitando o acesso a postos formais.

“Queremos conectar as vagas ofertadas pelas empresas para fortalecer o Sine, em um modelo que atenda tanto os trabalhadores quanto os empregadores”, explicou Marinho. Edwal Freitas Portilho, presidente da ADIAL, afirmou que o acordo agilizará a contratação de mão de obra qualificada.

Redução da jornada e fim do 6×1

No almoço com empresários da Fecomércio-GO, o ministro defendeu a redução da jornada para 40 horas semanais e criticou o regime 6×1, comum no comércio. “A jornada 6×1 é cruel, especialmente para as trabalhadoras, e afeta diretamente o setor. Precisamos resolver isso com diálogo”, disse.

À noite, em evento no auditório da ADUFG, Marinho reforçou o tema perante sindicalistas, deputados e movimentos sociais. “A economia brasileira tem condições de suportar essa mudança. O Parlamento precisa avançar, mas a negociação entre as partes é essencial”, afirmou.

Combate à pejotização e emprego formal

O ministro também alertou sobre os riscos da pejotização, prática que fragiliza direitos trabalhistas. “Ela destrói a Previdência, o FGTS e o Sistema S. É preciso frear isso para não perdermos conquistas históricas”, disse.

Dados do Caged mostram que Goiás gerou 56 mil empregos formais em 2025, com destaque para jovens entre 18 e 24 anos. “Muitos dizem que os jovens não querem carteira assinada, mas os números mostram o contrário”, destacou Marinho.

Encerrando a agenda, o ministro visitou empreendedores da Feira da Rua 44, polo comercial que movimenta a economia local, e destacou programas de microcrédito para pequenos negócios.

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