Empresários confessam que a reforma trabalhista foi construída para cortar salários e reduzir direitos

Reportagem da Folha apresenta declarações de executivos, durante encontro nos Estados Unidos, que evidenciam o verdadeiro propósito da Lei 13.467

O jornal Folha de S.Paulo divulgou nesta terça-feira (03) matéria sobre o encontro de empresários na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, na última semana, em Nova York (leia aqui). Segundo a reportagem, “empresários, investidores, advogados, consultores e representantes do setor bancário saíram um tanto frustrados” do evento. Isso porque tais representantes se sentiram “prejudicados” com a reforma trabalhista promovida pelo governo do presidente Michel Temer.

Numa das lamentações citadas pela Folha, um empresário afirma categoricamente: “Então quer dizer que ainda não vamos poder reduzir salários? Isso é a coisa mais anticapitalista que existe”, declarou Terry Boyland, da empresa de tecnologia CPQI.

Outra “catástrofe” citada pelos representantes é a dificuldade que as empresas terão para terceirizar seus funcionários no Brasil mesmo com a reforma trabalhista. Em seu texto, a Folha de S.Paulo diz claramente que “empresários (…) imaginavam poder terceirizar funcionários da forma como quisessem, reduzir salários e driblar processos trabalhistas, mas viram que não será o mar de rosas que vislumbravam com a ‘maior reforma do setor em 50 anos’”. Gustavo Salgado, executivo do banco japonês Sumitomo Mitsui, ainda completou: “Esse é um ponto crítico que falhou”.

Tais declarações representam a confissão de empresários e do sistema financeiro de que a reforma trabalhista foi construída para diminuir salários, extinguir direitos e restringir o trabalho dos sindicatos, enfraquecendo, consequentemente, a proteção dos trabalhadores. Este último objetivo é diretamente corroborado por John Gontijo, representante da empresa de consultoria tributária Farkouh, Furman & Faccio. De acordo com a Folha, “ele afirma que o grande avanço da reforma trabalhista passa por diminuir o poder dos sindicatos e tornar flexível as relações de patrão e empregado”.

Diante deste cenário, é vital que o movimento sindical continue organizado para barrar as tentativas de cortes dos direitos trabalhistas consolidados. Para a CSB, a responsabilidade aumenta a partir do momento em que forças reacionárias da elite empresarial tentam a todo custo cercear direitos e explorar os trabalhadores.

“Os exploradores são insaciáveis quando o assunto é lucro e açoitar a classe operária. Mas somos fortes o suficiente para aumentar nossa mobilização em todo o País, seja no corpo a corpo ou no embate jurídico para mostrar a todos que se eles querem acabar com os sindicatos e transformar os trabalhadores em escravos, nós estamos aqui para dizer não”, disse o presidente da Central, Antonio Neto.

A Entidade permanece mobilizada, realizando eventos como os Congressos Estaduais (leia mais sobre o Congresso do Rio Grande do Sul e São Paulo), reuniões da Executiva Nacional e os Seminários Jurídicos sobre a Reforma Trabalhista. Veja mais informações abaixo.

Minas Gerais sedia 1º Seminário Jurídico da CSB sobre como enfrentar a reforma trabalhista

Edição gaúcha do Seminário Jurídico será realizada em Gramado

CSB promove Seminário Jurídico sobre a Reforma Trabalhista, em São Paulo

Compartilhe:

Leia mais
regulamentação ia inteligência artificial
Regulamentação da IA é tema em destaque para centrais sindicais no Congresso
papa leão XIII e papa leão XIV
Com o nome Leão XIV, novo Papa homenageia Leão XIII, defensor dos trabalhadores e abolicionista
geração de empregos recorde em fevereiro
Procurador denuncia "pejotização" como forma de burlar direitos trabalhistas
csb centrais sindicais com ministro maurcio godinho tst
Centrais entregam agenda jurídica do movimento sindical ao vice-presidente do TST
csb menor (40)
Desigualdade de renda no Brasil é a menor desde 2012, aponta IBGE
csb menor (1)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 6 – Trabalhadores e meio ambiente
ministro do trabalho luiz marinho em audiencia na camara
Ministro do Trabalho defende fim da escala 6x1 e jornada de 40 horas na Câmara
csb menor (2)
Centrais apresentam pauta prioritária e agenda legislativa em reunião no Congresso
painel 5 encontro executiva nacional csb 2025
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 5 – Agenda parlamentar sindical; assista
painel negociação coletiva
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 4 – Práticas antissindicais; assista