Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba debateu também a regulamentação da prestação de serviço e as MPs 664 e 665 em reunião realizada na cidade
Na última segunda-feira, 30 de abril, os metalúrgicos da Valeo, fabricante de peças para o setor automotivo, iniciaram greve por conta de divergências em questões dos benefícios que seriam concedidos aos funcionários. A ação aconteceu após assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região.
De acordo com o presidente do Sindicato, Igor Tiago Pereira, a Valeo se recusa a corrigir a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) com base na inflação acumulada no último ano e ainda quer cobrar participação dos trabalhadores no plano de saúde e alimentação servida aos funcionários. “Os trabalhadores estão muito descontentes com a empresa, que quer reduzir cerca de R$800 de cada parcela da PLR, dizendo que faria isso por conta da crise no Brasil”, contou o presidente. “Além disso, a Valeo quer entrar com coparticipação, tanto no convênio médico quanto na alimentação. Com isso os trabalhadores não concordaram e fizeram a paralisação”, explicou.
Com a adesão dos 650 trabalhadores à greve, a empresa recebeu hoje, 12 de maio, o Sindicato dos Metalúrgicos para uma negociação em busca de uma definição sobre o impasse. Pereira contou que a reunião foi produtiva, alguns itens ainda precisam ser discutidos, mas o Sindicato conseguiu que a redução nas parcelas da PLR não acontecesse. “Nós conseguimos manter a PLR como deve ser: sem a redução das parcelas”, disse.
Novas Medidas
Inseridos na discussão da regulamentação da prestação de serviço especializado e no debate quanto às MPs 664 e 665, Igor Thiago contou que foi organizado um bate-papo entre a diretoria e alguns trabalhadores para esclarecer os principais pontos de cada tema.
No dia 5 de maio a Comissão Mista da Medida Provisória 664 do Senado aprovou o relatório da MP que restringe o acesso ao auxílio-doença e à pensão por morte. O projeto segue para o Plenário da Câmara dos Deputados. Já a Medida Provisória 665, que restringe o acesso dos trabalhadores ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso foi aprovada no dia 6 de maio. Com a aprovação da MP, o governo corta direitos já conquistados, prejudicando os trabalhadores mais jovens, os de baixa renda e com menor capacitação.
“Achamos que foi importante a regulamentação da terceirização. Precisávamos dessa aprovação para impor parâmetros. Já a MP 665 achamos que foi terrível para os trabalhadores. O trabalhador tem que trabalhar agora 12 meses para adquirir o seguro-desemprego. É muito ruim. Não é justo o governo mexer com a parte mais fraca da corrente”, argumentou o dirigente.