Brasil registra menor nível de desemprego da história, com 5,8% de desocupação no 2º trimestre de 2025

O Brasil registrou no segundo trimestre de 2025 a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (31), o índice de desocupação ficou em 5,8%, abaixo dos 6,1% observados em novembro de 2024 – menor nível até então – e dos 7% do primeiro trimestre deste ano. Em igual período de 2024, a taxa era de 6,9%.

No período de abril a junho, o país contabilizou 102,3 milhões de pessoas ocupadas – aumento de 1,8% (1,8 milhão a mais) em relação ao trimestre anterior – e cerca de 6,3 milhões de desempregados, uma redução de 17,4% (1,3 milhão a menos). O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39 milhões, um recorde na série do IBGE, com crescimento de 0,9%. Já os sem carteira também aumentaram (+2,6%), totalizando 13,5 milhões.

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Aumento na renda

O rendimento médio mensal chegou a R$ 3.477, o maior já registrado, com alta de 1,1% ante o primeiro trimestre e 3,3% em relação a 2024. A massa de rendimentos (soma de todos os salários) atingiu R$ 351,2 bilhões, 5,9% acima do mesmo período do ano passado – um incremento de R$ 19,7 bilhões na economia.

Queda no desalento

O contingente de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) caiu para 2,8 milhões, o menor nível desde 2016. A pesquisa também incorporou pela primeira vez a ponderação com base no Censo 2022, ajustando a amostra para refletir melhor a realidade populacional.

Informalidade: um desafio persistente

Apesar da melhora, a informalidade ainda atinge 37,8% dos trabalhadores – o menor percentual desde meados de 2020 (36,6%) –, o que representa cerca de 40 milhões de pessoas, incluindo autônomos sem CNPJ e empregados sem carteira. No trabalho doméstico, situação é mais crítica: 75% das quase 6 milhões de pessoas nessa atividade não têm registro.

André Portela, professor da FGV, defende que é preciso pensar em uma nova forma de proteção social, que garanta os direitos dos trabalhadores na informalidade.

“A gente tem que pensar a possibilidade de ter proteção social não baseada nas velhas caixinhas, ou mesmo em ocupações, mas baseada no trabalhador. Este trabalhador tem que ser protegido, esta trabalhadora tem que ser protegida. Não porque ela está em uma caixinha, em uma ocupação, que ela está protegida. Tem que estar protegida porque ela é uma trabalhadora, independente de onde esteja”, argumentou.

Com informações de Agência Brasil e g1
Foto: reprodução

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