Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (16) mostraram que a taxa de desemprego no país recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, atingindo o menor patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.
Principais resultados do trimestre
- A taxa de 5,6% ficou ligeiramente abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, que era de 5,7%
- A população desempregada caiu para 6,1 milhões, uma redução de 1 milhão de pessoas (-14,2%) em relação ao trimestre até abril
- A população ocupada atingiu recorde de 102,4 milhões, com acréscimo de 1,2 milhão de pessoas (+1,2%)
- O nível da ocupação manteve-se no patamar recorde de 58,8%
Mercado de trabalho resiliente
O IBGE destacou que o mercado de trabalho permanece aquecido e mostra sinais de resiliência, mesmo diante do atual cenário de juros elevados. De acordo com William Kratochwill, analista do instituto, a queda no desemprego no período é influenciada pela preparação das empresas para o segundo semestre do ano.
Analistas atribuem a recuperação do mercado de trabalho ao desempenho aquecido da economia, impulsionado por medidas de estímulo do governo federal, além de mudanças demográficas e impactos da tecnologia.
Setores em alta
O grupamento que inclui administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais foi o que mais expandiu, com alta de 522 mil ocupados. Deste total, cerca de 41% do crescimento veio especificamente das atividades de pré-escola e ensino fundamental.
Outros setores com desempenho positivo:
- Informação, comunicação e atividades financeárias, imobiliárias, profissionais e administrativas: +260 mil
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: +206 mil
Queda na informalidade
A taxa de informalidade recuou para 37,8%, ante 38% no trimestre anterior. Proporções abaixo deste patamar só foram verificadas durante 2020, quando a pandemia expulsou temporariamente trabalhadores informais do mercado.
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Destaques do mercado formal:
- Empregados com carteira no setor privado: 39,1 milhões (novo recorde da série)
- Empregados no setor público: 12,9 milhões (também recorde)
- Trabalhadores por conta própria com CNPJ: 6,9 milhões (alta de 3,3%)
Renda em alta
A renda média habitual da população ocupada foi estimada em R$ 3.484, representando alta de 1,3% em relação ao trimestre anterior e aumento de 3,8% ante o mesmo período do ano anterior.
Com informações de Folha de S.Paulo