Lei que cria o Sistema Único de Segurança (SUSP) é sancionada em Brasília

Sistema incluiu os municípios como responsáveis pela segurança pública

A segurança pública brasileira contará a partir desta semana com uma nova estrutura organizacional graças à aprovação da Lei 13.675/2018. Com o objetivo de tornar a proteção urbana e rural do País mais eficaz, a nova legislação foi sancionada nesta segunda-feira (11) para implementar o chamado Sistema Único de Segurança (SUSP) no Brasil. A sanção foi celebrada por mais de 100 mil trabalhadores que compõem as guardas municipais do País.

De acordo com o presidente da Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais do Brasil (FENAGUARDAS), Clóvis Roberto Pereira, o motivo da comemoração se dá pela inclusão dos municípios no rol dos responsáveis pela segurança pública junto à União e aos estados e das guardas no grupo operacional estratégico do Sistema como representantes das cidades.

“Não há dúvidas que a aprovação da lei foi um avanço. O SUSP está para a segurança como o SUS está para a saúde. Ele é um Sistema que busca integrar todos os entes federativos na busca por melhores condições de defesa da população. E ainda garantirá um tratamento igualitário à categoria dos guardas e o fim de décadas de insegurança, já que agora nossas atividades são oficialmente consideradas atividades policiais”, explica o dirigente.

Pereira também destaca que o novo Sistema, se bem aplicado, trará benefícios à sociedade e aos guardas municipais. Na sua análise, com os municípios vistos como responsáveis pela segurança, não haverá mais desculpas para a falta de investimentos no setor – o que acarretará em maior qualidade de vida aos trabalhadores e liberdade aos cidadãos, que se sentirão protegidos por profissionais qualificados e bem-dispostos.

“O SUSP, assim como o SUS, repassa recursos aos entes federativos responsáveis. Então, isso implica em maiores investimentos nas instituições e melhores condições de trabalho à categoria. E é claro que isso vai refletir na população. Porque se você tem instituições bem estruturadas, profissionais bem equipados, com melhores condições e formação, o resultado será maior segurança à sociedade. Além disso, os prefeitos não podem mais se esquivar dizendo que a segurança é responsabilidade apenas do estado e que não terão como investir nas guardas”, ressalta.

Atuação sindical

Na luta pela aprovação da Lei 13.675/2018 desde o início do ano, a vitória dos guardas municipais no Congresso Nacional teve forte influência da atuação da FENAGUARDAS. Representante de cerca de 12 mil trabalhadores, a Federação articulou com deputados e senadores durante a tramitação e a votação do projeto para trazer mais essa conquista à categoria.

“Nós estivemos muito presentes na tramitação da Câmara e do Senado para garantir o melhor resultado aos nossos profissionais e conseguimos. Agora, os próximos passos são lutar por direitos previdenciários compatíveis com o exercício da atividade policial”, conta o presidente da Entidade.

Segundo Pereira, o presidente Michel Temer vetou o artigo 44 da legislação que falava sobre aposentadoria, mas a Federação não pretende desistir da luta.

“Nós entendemos que nenhum trabalhador que lida com a segurança deve exercer sua função com idade avançada, pois é um trabalho que exige do físico. Você imagina uma mulher carregando oito quilos de equipamentos no corpo todos os dias por 35 anos? O desgaste é muito grande”, conclui.

Para saber mais, leia a nova legislação na íntegra.

Compartilhe:

Leia mais
4 encontro sindical fespume-es
Federação dos Servidores Municipais do ES (Fespume-ES) realiza 4º Encontro Sindical
aumento emprego entre mulheres
Número de mulheres com carteira assinada aumenta 45% em um ano
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Empresa aumenta em 20% a produtividade ao adotar semana de 4 dias; Brasil testou modelo
Antonio Neto 3 congresso cspm
3º Congresso da CSPM: Antonio Neto fala sobre necessidade de adaptação dos sindicatos
escala 6x1 prejudica saúde mental
Escala 6x1 prejudica saúde mental e produtividade dos trabalhadores, diz especialista
ministra esther dweck defende estabilidade do servidor público
Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha
CSB no G20 Social
CSB defende fim da escala 6x1 e proteção aos direitos dos trabalhadores no G20 Social