Sindicalistas debatem realidade feminina no trabalho após aprovação da reforma trabalhista

Debate ocorreu, em São Paulo, no Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais

Com o objetivo de debater a atual conjuntura política brasileira e como a aprovação da reforma trabalhista afeta a realidade das trabalhadoras no País, reuniram-se, na tarde desta segunda-feira (7), representantes das seis centrais sindicais reconhecidas – CSB, Força Sindical, CUT, CTB, UGT e NCST – em São Paulo. O encontro, que faz parte da agenda 2017 do Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais, ainda discutiu a indicação de um nome ao Secretariado de Mulheres da Confederação Sindical dos Países da Língua Portuguesa (CSPLP).

Aprovada pelo Senado em julho, de acordo com a análise das sindicalistas presentes na reunião, a reforma trabalhista configura um retrocesso às políticas neoliberais do século 20. Para as dirigentes, permitir que gestantes e lactantes exerçam funções em ambientes insalubres, a legalização do trabalho intermitente e o fim da estabilidade financeira dos sindicatos é um golpe inconstitucional à organização e à qualidade de vida dos trabalhadores e, principalmente, das mulheres, que historicamente sustentam uma dupla jornada na sociedade brasileira.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CSB, Antonieta de Faria (Tieta) destacou durante o encontro a importância da união feminina no movimento sindical diante de tal cenário “trágico”. Segundo Tieta, “as mulheres precisam ser fortalecidas, orientadas e informadas, e o Fórum tem essa consciência”.

“É de fundamental relevância debates como este, porque precisamos não só protestar contra as maldades aprovadas, mas ainda contra as próximas que virão, como a reforma da Previdência. Por isso, tenho orgulho de fazer parte desse grupo de mulheres batalhadoras. Está na hora de ir para a rua”, conclama a dirigente, apoiada pela presidente do Sindicato dos Servidores do IPSEMG (SISIPSEMG).

Também presente na reunião, Maria Abadia de Souza salientou que “todos irão perder com as reformas, mas as mulheres irão perder mais”. A dirigente relembrou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 pretende aumentar a idade mínima e o tempo de contribuição para a mulher se aposentar a 62 e 25 anos, respectivamente. “Não vamos deixar que fechem as portas paras as mulheres. Precisamos lutar”, concluiu a integrante da Direção Nacional da CSB, que junto às demais companheiras planeja promover uma mobilização em defesa dos direitos das trabalhadoras no mês de outubro.

Para definir as estratégias e organização do ato, o Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais volta a se reunir no dia 18/09.

Mulheres na CSPLP

No mesmo dia, as sindicalistas realizaram a apresentação oficial da proposta de regulamento do Secretariado de Mulheres da Confederação Sindical dos Países de Língua Portuguesa a todas as representantes das centrais brasileiras. O documento já foi aprovado na última reunião da CSPLP em Genebra, por ocasião da 106ª Conferência da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

O objetivo do Secretariado é a “promoção da emancipação das mulheres e a intervenção sindical em defesa da igualdade de oportunidades e de tratamento entre mulheres e homens no trabalho e na sociedade”.

Para ler o documento na íntegra, clique aqui.

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