O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), continua convencido de que acabar com o saque-aniversário do FGTS é a melhor medida. O modelo em vigor atualmente permite que o beneficiário resgate anualmente parte dos recursos do fundo.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Marinho avaliou que essa opção prejudica o fundo e “cria um trauma”, pois “deixa o trabalhador na rua da amargura”.
“Quem é demitido não pode sacar o saldo. Deixa o trabalhador na rua da amargura no momento em que ele mais precisa sacar. Ele é opcional, mas está errado. Se o salário não está dando, tem que ir lá fazer campanha, não sacar um fundo para proteger quando da demissão”, afirmou.
A modalidade é também usada como garantia em operações de crédito, como o empréstimo consignado. Fruto de preocupação para as instituições financeiras, o ministro não considera que seja algo com que ele tenha que se preocupar.
“O fundo não é para isso. Para lastrear empréstimo consignado já tem a folha de pagamento”, pontuou Marinho. Sobre a preocupação dos bancos: “Problema é dos bancos, não é problema meu. Ninguém mandou emprestar”, disse.
Apesar de ser favorável a acabar com o saque-aniversário, o ministro ponderou que haverá discussão com o Conselho Curador do FGTS em março antes de tomar uma decisão definitiva, além de estar ouvindo as centrais sindicais.
Veja: Centrais sindicais opinam sobre acabar com o saque-aniversário do FGTS
“Podemos chegar, se esse for o entendimento construído no diálogo, [a uma proposta] de brecar daqui para frente. Isso nós vamos construir. Os bancos não se preocupem, por enquanto”.
Marinho destacou ainda que, embora se preocupe com os trabalhadores, não com os bancos, haverá um diálogo para que não se crie traumas na economia. Mas os bancos, afirmou, podem encontrar um jeito de “segurar a onda”.
Fonte: Terra