Os dirigentes de centrais sindicais comentaram sobre a proposta do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de acabar com o saque-aniversário do FGTS. À Folha de S.Paulo, as opiniões foram diversas.
Após revelar sua ideia, Marinho afirmou que, antes de bater o martelo sobre o assunto quer ouvir as centrais sindicais e o conselho curador do Fundo.
Antonio Neto, presidente nacional da CSB, sugeriu que se faça uma avaliação do impacto que os saques tiveram no FGTS para tomar uma decisão.
“Não é só a questão do saque, mas também da remuneração do fundo, que está deteriorada por causa da TR [taxa referencial]. Isso precisa ser debatido”, afirmou.
Ele também lembrou que o Brasil é um país que tem baixa poupança interna e concorda com Marinho sobre a importância de se preservar os objetivos originais do fundo.
“Não podemos esquecer que o FGTS financia a construção de moradias e obras de saneamento básico, não podemos permitir que isso seja prejudicado pois são áreas que ainda há muito trabalho a se fazer e precisamos garantir esses recursos”, disse.
UGT
Ricardo Patah, da UGT, concorda com Marinho e Neto que o saque desvirtua o propósito do FGTS, embora reconheça que foram úteis para socorrer a população nos momentos mais críticos da pandemia.
“Muitas pessoas fizeram ou planejam empréstimos já lastreando o valor disponível no saque-aniversário. Defendo uma transição, não dá para encerrar de uma hora para a outra. É preciso ter alternativas de acesso ao crédito para as pessoas de baixa renda.”
Força Sindical
Na entrevista que deu ao jornal O Globo, Marinho falou tem visto reclamação de trabalhadores que são demitidos e, quando vão recorrer ao fundo, não têm mais recursos lá.
Por sua vez, o secretário-geral da Força Sindical, o Juruna, diz que não vê reclamação, pois o saque é opcional. “Se ele está precisando, é uma decisão dele buscar o fundo. Sabemos que parado o rendimento fica bem abaixo do mercado financeiro. E é dinheiro em circulação no mercado consumidor, gerando produção e emprego”, observou.
Juruna contou que, em vez de acabar com o saque-aniversário, a Força vai propor um melhor rendimento a quem mantiver o recurso no fundo.
Com informações de Folha de S.Paulo