Após mais um estudo sobre o preço da cesta básica em diversas regiões do país, o Dieese concluiu que o salário mínimo ideal seria de R$ 6,5 mil. A mais recente Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) foi divulgada nesta quinta (9).
O valor foi calculado a partir da análise dos custos da cesta básica, somados às despesas com saúde, moradia, educação, higiene, transporte, lazer, previdência e vestuário.
A partir disso, os pesquisadores concluíram que seria necessário um salário mínimo de ao menos R$ 6,5 mil para sustentar uma família com quatro pessoas.
Esse valor é cinco vezes maior do que o atual piso nacional, que em 2023 é de R$ 1.302, evidenciando uma discrepância que vem sendo registrada há anos.
Preço da cesta básica caiu
A pesquisa do Dieese também revelou que, das 17 capitais avaliadas, em 13 o valor da cesta básica teve queda no último mês.
A maior redução foi registrada em Belo Horizonte (-3,97%), seguida pelo Rio de Janeiro (-3,15%) e Campo Grande (-3,12%). Por outro lado, Belém teve a maior alta nacional (1,25%), seguida por Natal (0,64%) e Salvador (0,34%).
A cidade com a cesta básica mais cara é São Paulo, com o valor de R$ 779,38, enquanto Aracaju é o local mais barato para aquisição dos mesmos produtos, com R$ 552,97. Ou seja, uma diferença de mais de R$ 200.
O óleo de soja, o tomate e o café em pó foram os alimentos que apresentaram as maiores quedas no preço, enquanto o feijão, o arroz e o leite tiveram as maiores elevações.
Valorização do salário mínimo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou que o governo pretende aumentar o salário mínimo para R$ 1.320, valor que havia sido prometido no fim do ano passado, durante a transição.
O aumento acabou sendo adiado pois a inflação ficou abaixo do previsto e, então, o valor atual de R$ 1.302 que foi aprovado no orçamento do ano passado acabou representando uma valorização real, ou seja, além do reajuste apenas pela inflação.
A intenção agora é elevar essa valorização, porém ainda bem abaixo do patamar ideal apontado pelo Dieese.
O governo estuda também estabelecer uma política permanente de valorização do salário mínimo, que leve em consideração o crescimento do país.
O tema está sendo discutido por um grupo de trabalho que reúne 7 representantes do governo – cada um de um ministério diferente – e 7 representantes de sindicatos, sendo uma vaga para cada uma das seis maiores centrais sindicais, e uma para as demais centrais.