Um termo que chegou a ser motivo de chacota durante o governo anterior agora será tema de uma campanha organizada pelo Ministério das Mulheres com apoio das centrais sindicais. O combate à misoginia foi o centro da discussão em reunião realizada nesta segunda-feira (25) em Brasília com a participação da CSB e representantes das demais centrais.
Esta foi a primeira reunião do Grupo de Trabalho criado para elaborar o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens após seu lançamento em 12 de setembro. A presidente da CSB Mulher, Antonieta de Faria, foi representada por sua companheira do Sisipsemg (Sindicato dos Servidores do IPSEMG) Maria Abadia de Souza.
Relacionada: Governo cria grupo para elaborar plano pela igualdade de gênero no trabalho
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, pediu o apoio das centrais na conscientização contra a misoginia tanto no ambiente de trabalho, quanto junto às suas bases no ambiente familiar, pela inserção que os sindicatos têm em todos os níveis – federal, estadual e municipal.
“Sigo empenhada em fazer com que diferentes setores se movimentem pelo enfrentamento à misoginia, que é o ódio contra as mulheres e a raiz de todas as violências. Hoje me reuni com as representantes das centrais sindicais, um papo honesto sobre como enfrentar a misoginia dentro desses espaços de representação popular”, disse a ministra após a reunião.
As sindicalistas receberam materiais com exemplos de atitudes misóginas, como achar que determinada atividade “não é coisa de mulher”, controlar as finanças da mulher, constranger funcionárias a terem algum envolvimento pessoal com o chefe, salários menores para mulheres com funções iguais a dos homens, além de violência física e psicológica.
Na OIT
Mais cedo no mesmo dia, as sindicalistas estiverem na sede da OIT em Brasília para uma reunião sobre a tramitação das propostas que visam ratificar as Convenções 156 e 190 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
A Convenção 156 versa sobre a compensação dos trabalhadores em caso de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, enquanto a 190 aborda a violência e o assédio no ambiente de trabalho.
As representantes das centrais e da OIT no Brasil conversaram sobre estratégias para conscientizar a sociedade a respeito das duas convenções para que a tramitação dos projetos no Congresso Nacional seja rápida e bem-sucedida.
“A igualdade de gênero e a inclusão social, destacadas na Convenção 190, são essenciais para criar oportunidades iguais para todas/os as/os trabalhadoras/es independentemente de sua origem ou gênero. Além disso, a ratificação da Convenção 156, tem potencial para promover a segurança no local de trabalho e a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais O que ajuda a proteger a saúde de trabalhadoras e trabalhadores e suas famílias”, argumenta a OIT.