Em janeiro de 2014, a produção industrial nacional avançou 2,9% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após registrar recuos de 0,6% em novembro e de 3,7% em dezembro
Em janeiro de 2014, a produção industrial nacional avançou 2,9% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após registrar recuos de 0,6% em novembro e de 3,7% em dezembro.
Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria recuou 2,4%em janeiro de 2014, segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, já que recuou 2,5% em dezembro de 2013.
A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao mostrar expansão de 0,5% em janeiro de 2014, assinalou perda de ritmo frente a marca registrada em dezembro último (1,2%).
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.
No início de 2014, o setor industrial volta a mostrar um quadro de maior ritmo produtivo, expresso não só na expansão de 2,9% na comparação janeiro de 2014/dezembro de 2013, mas também no perfil disseminado de taxas positivas, em que todas as categorias de uso e a maior parte das atividades apontaram crescimento na produção. Com o resultado desse mês, o total da indústria recuperou parte da perda de 4,3% acumulada no período novembro-dezembro, mas ainda encontra-se 4,0% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Ainda na série ajustada sazonalmente, os sinais de melhora no ritmo também ficaram evidenciados na observação do índice de média móvel trimestral, em que a produção industrial, mesmo mantendo o comportamento negativo, assinalou clara redução na intensidade de queda na passagem de dezembro para janeiro.
No confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial assinalou queda, com o índice mensal de janeiro de 2014 apontando o segundo resultado negativo consecutivo e com claro predomínio de taxas negativas entre as atividades e as categorias de uso. Vale destacar a perda de ritmo verificada entre o índice mensal desse mês (-2,4%) e o do quarto trimestre de 2013 (-0,3%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. Entre as categorias de uso, todas mostraram diminuição de ritmo, mas bens de capital, que teve a maior redução entre os dois períodos, foi a única que permaneceu com taxa positiva.
17 dos 27 ramos investigados registram aumento em janeiro
A expansão de 2,9% da atividade industrial na passagem de dezembro de 2013 para janeiro de 2014 teve perfil generalizado de crescimento, alcançando todas as categorias de uso e a maior parte (17) dos 27 ramos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por farmacêutica (29,4%),veículos automotores (8,7%) e máquinas e equipamentos (6,4%). Vale ressaltar que, com o resultado desse mês, o primeiro setor eliminou a queda de 12,3% assinalada em dezembro último; o segundo interrompeu o comportamento negativo presente desde outubro último, período em que acumulou perda de 23,5%; e o último recuperou parte do recuo de 9,4% verificado em novembro e dezembro. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática(18,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (7,6%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (17,5%), borracha e plástico (4,9%), metalurgia básica(2,8%), calçados e artigos de couro (10,7%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,9%). Por outro lado, entre os nove ramos que reduziram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por fumo (-47,6%), outros produtos químicos (-2,5%), refino de petróleo e produção de álcool(-2,2%), influenciada por paralisações em unidades produtivas do setor, e produtos de metal (-2,7%).
Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 10,0%, assinalou a expansão mais acentuada em janeiro de 2014, influenciada em grande parte pela retomada da produção de caminhões, já que o mês anterior foi marcado pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor. Vale destacar que esse crescimento foi o mais intenso desde junho de 1997 (14,5%) e interrompeu dois meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 15,0%. O setor produtor de bens de consumo duráveis (3,8%) também avançou acima da média nacional (2,9%) e recuperou parte da perda de 4,4% verificada em dezembro último. Os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (1,2%) e de bens intermediários (1,2%) também registraram taxas positivas nesse mês, com ambos revertendo quedas assinaladas no mês anterior: -2,3% e -4,2%, respectivamente.
Média móvel trimestral varia -0,5%
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,5% no trimestre encerrado em janeiro frente ao nível do mês anterior, mas reduziu a intensidade de queda frente ao registrado em dezembro (-1,3%). Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de capital (-2,3%) assinalou o recuo mais acentuado em janeiro de 2014, após apontar queda de 5,0% no mês anterior. Os segmentos de bens intermediários (-0,5%), de bens de consumo semi e não duráveis (-0,4%) e de bens de consumo duráveis (-0,2%) também registraram taxas negativas nesse mês, com o primeiro assinalando o segundo recuo seguido e acumulando nesse período perda de 1,3%; o segundo mantendo a trajetória descendente iniciada em agosto de 2013; e o último reduzindo a magnitude de queda frente ao resultado do mês anterior (-2,0%).
Na comparação com janeiro de 2013, produção industrial recua 2,4%
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou recuo de 2,4% em janeiro de 2014, com predomínio de resultados negativos, já que três das quatro categorias de uso, em 19 dos 27 ramos, 46 dos 76 subsetores e 57% dos 755 produtos investigados apontaram redução na produção. Entre as atividades, a deveículos automotores, que recuou 14,4%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada em grande parte pela queda na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 90%), com destaque para a menor fabricação de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para caminhões e ônibus, autopeças e motores diesel para caminhões e ônibus. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de edição, impressão e reprodução de gravações (-11,5%), produtos de metal (-8,2%), bebidas(-5,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,7%), refino de petróleo e produção de álcool (-2,9%) eborracha e plástico (-5,8%). Em termos de produtos, as pressões negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, livros, jornais, cds e revistas; partes e peças para bens de capital, ferro e aço forjado em formas e peças, artefatos diversos de ferro e aço e aparelhos de barbear; cervejas, chope, preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas e refrigerantes; aparelhos elétricos de alarme para proteção, fios, cabos e condutores elétricos, lâmpadas fluorescentes e conectores para cabos; óleo diesel e outros óleos combustíveis; e peças e acessórios de borracha e de plástico para indústria automobilística, tiras ou fitas autoadesivas de plásticos e garrafões, garrafas, frascos e artigos semelhantes de plástico (inclusive embalagens PET). Por outro lado, ainda na comparação com janeiro de 2013, entre as oito atividades que ampliaram a produção, os principais impactos foram observados em material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (27,8%), máquinas e equipamentos (6,9%), outros equipamentos de transporte(8,2%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (20,5%), impulsionados, em grande parte, pelos itens televisores e telefones celulares, no primeiro ramo, motoniveladores, brocas para perfuração, centros de usinagem para trabalhar metais, carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, máquinas para colheita, congeladores para uso industrial, fornos de micro-ondas e aparelhos elevadores ou transportadores para mercadorias, no segundo, aviões e motocicletas, no terceiro, e peças e acessórios para equipamentos de informática e monitores de vídeo para computadores, no último.
Nos índices por categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, os resultados foram negativos para bens de consumo duráveis (-5,4%), bens de consumo semi e não duráveis (-3,0%) e bens intermediários (-2,7%), enquanto a produção de bens de capital, com crescimento de 2,5%, assinalou a única taxa positiva em janeiro de 2014. O setor produtor de bens de consumo duráveis, ao recuar 5,4% em janeiro, assinalou a queda mais intensa entre as categorias de uso e o quarto resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado em grande parte pela menor fabricação de automóveis (-18,2%), de eletrodomésticos da “linha branca” (-7,2%) e de artigos do mobiliário(-9,7%). Por outro lado, ainda nessa categoria de uso, foram observados impactos positivos vindos da produção de eletrodomésticos da “linha marrom” (55,3%), de motocicletas (17,6%), de telefones celulares (22,2%) e deoutros eletrodomésticos (1,4%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, os segmentos de bens intermediários (-2,7%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-3,0%) também apontaram taxas negativas mais elevadas do que a da média da indústria (-2,4%) em janeiro de 2014. No primeiro, que mostrou a queda mais intensa desde fevereiro de 2013 (-4,5%), o desempenho nesse mês foi pressionado pelos resultados negativos vindos dos produtos associados às atividades de veículos automotores (-13,6%), refino de petróleo e produção de álcool (-4,7%), metalurgia básica (-3,1%), produtos de papel (-10,0%), borracha e plástico (-5,9%), produtos têxteis (-5,1%), celulose, papel e produtos de papel (-2,4%), indústrias extrativas (-0,9%) e minerais não-metálicos (-1,5%), enquanto as influências positivas foram registradas por alimentos (4,9%) e outros produtos químicos (0,8%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os índices negativos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (-1,2%), que apontou o segundo recuo seguido no índice mensal, e de embalagens (-4,8%), que mostrou a terceira taxa negativa consecutiva e a queda mais intensa desde março de 2012 (-7,0%). A redução na produção de bens de consumo semi e não duráveis, que assinalou o sexto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto, foi explicada pelos recuos verificados nos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-3,6%), de outros não duráveis (-3,6%) e de semiduráveis (-3,4%). Nesses subsetores, sobressaíram a menor fabricação de sucos concentrados de laranja, cervejas, chope e refrigerantes, no primeiro; livros, medicamentos e jornais, no segundo, e de calçados de material sintético feminino, cds, copos de vidro, lâmpadas fluorescentes, calçados de borracha, vestidos e artigos de plástico para uso doméstico, no último. Por outro lado, a contribuição positiva foi registrada pelo grupamento decarburantes (1,2%), impulsionado pelos avanços na produção de gasolina automotiva e de álcool etílico.
O setor de bens de capital, ao crescer 2,5% em janeiro de 2014, mostrou o 13º resultado positivo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior. Nesse mês, o setor foi particularmente influenciado pela expansão registrada no grupamento de bens de capital para construção (73,1%), impulsionado não só pelo crescimento verificado em aproximadamente 90% dos produtos investigados nesse subsetor, mas também pela baixa base de comparação, uma vez que esse grupamento recuou 31,5% em janeiro de 2013. Vale citar também os índices positivos assinalados por bens de capital para fins industriais (11,9%), agrícola (9,6%) e para energia elétrica (4,3%). Os demais subsetores apontaram queda na produção nesse mês: bens de capital para equipamentos de transporte (-3,3%), após interromper no mês anterior 11 meses de resultados positivos consecutivos nesse tipo de comparação, e bens de capital para uso misto (-4,2%).
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)