O Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), registrou crescimento de 3,8% em 2024 na comparação com o ano anterior, divulgou o BC nesta segunda-feira (17). O resultado oficial do PIB, no entanto, só será divulgado em março pelo IBGE. A estimativa do Ministério da Fazenda é de um avanço de 3,5%.
Na comparação com 2023, o IBC-BR havia fechado o ano em 2,7%, enquanto o PIB cresceu 3,2%, pois os métodos de cálculo são diferentes. O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, incorporado no cálculo do PIB do IBGE.
Leia: Em evento com Galípolo na Fiesp, Luiza Trajano critica política de juros do Banco Central
O resultado do IBC-BR é 2,25 ponto percentual maior do que o previsto por analistas do mercado financeiro no início do ano passado, que projetaram crescimento de 1,55% para o PIB em 2024. A expectativa mais otimista coletada pelo boletim Focus na época foi de 2,5%, embora as projeções na época já indicam que o PIB no ano anterior teria crescido cerca de 3%. Ou seja, para o mercado, a economia iria estagnar ou retrair em relação a 2023.
Na semana passada, porém, os economistas dos bancos ajustaram sua projeção para o mesmo patamar do Ministério da Fazenda e esperam alta de 3,5% para o PIB em 2024.
“O ritmo de crescimento do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo [taxa de investimentos] evidencia uma demanda interna crescendo em ritmo bastante intenso. Tal como em análises anteriores, o Comitê avalia que a conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito amplo tem dado suporte ao consumo e à demanda agregada”, diz o BC na ata da última reunião do Copom, quando decidiu subir os juros mais uma vez numa tentativa de desacelerar a economia como forma de combate à inflação.
O Ministério da Fazenda destacou os seguintes índices como impulsionadores da economia:
- O desemprego atingiu patamar histórico mínimo em cenário de expansão da população ocupada e força de trabalho;
- Houve aceleração no ritmo de expansão das concessões de crédito;
- Pela perspectiva da demanda, o crescimento do consumo e o ritmo de recuperação dos investimentos foram surpresas positivas, contrabalanceando a contribuição negativa vinda do setor externo;
- Do lado da oferta, a expansão da indústria e dos serviços mais que compensou o recuo na atividade agropecuária em 2024;
- Na indústria, o crescimento foi impulsionado pela recuperação da transformação e da construção;
- A aceleração no ritmo de crescimento do setor de serviços refletiu o crescimento das atividades de comércio, informação e comunicação e dos serviços prestados às famílias.
As projeções do mercado para 2025 é de desaceleração da economia, sobretudo pela política de alta nos juros praticada pelo Banco Central. As incertezas no cenário internacional também preocupam, especialmente em relação às ameaças de taxação e interferência na política de juros norte-americana feitas pelo presidente Donald Trump.
Leia: Mercado financeiro errou 95% das previsões econômicas desde 2021, diz levantamento
Com informações de G1
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil