Nesta sexta-feira (14), o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, ouviu diversas críticas a respeito da política de juros do órgão e os seus efeitos na economia. Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza, foi uma das mais incisivas e “cobrou” o chefe do BC durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Trajano afirmou que as pequenas e médias empresas do país não conseguem mais “sobreviver” com os juros elevados. “Quero falar em nome do setor varejista, porque o varejo é o primeiro que sofre e o primeiro que demanda. A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver com isso, não tem condição. E é ela que gera emprego”, disse a executiva.
Trajano também afirmou que é necessário que o BC “pense fora da caixa” para encontrar novas formas de controlar a inflação que não envolvam a elevação da taxa de juros. “[Quero] pedir para ele por favor não comunicar mais que vai ter aumento de juros, porque aí já atrapalha tudo desde o começo”, completou a executiva.
Em resposta a Trajano e outras críticas recebidas de empresários, Galípolo disse que o BC “entende os mecanismos de transmissão da política monetária”, mas argumentou que o papel da autoridade é ser o “zelador e guardião da moeda”, que é o que “metaboliza a ideia de cuidado mútuo e a divisão social do trabalho”.
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Ele concordou que é preciso discutir problemas estruturais da economia brasileira, mas disse que a autoridade monetária está bastante incomodada com o fato de a inflação estar fora da meta e não vai “poupar nenhum tipo de esforço” para trazê-la de volta à meta.
Falando de um horizonte de longo prazo, Galípolo lembrou que hoje um dos problemas centrais que aflige a economia brasileira é como crescer de forma sustentável, com ganho de produtividade.
Com informações de G1 e Valor Econômico
Foto: José Cruz/Agência Brasil