O mundo ganhou 204 novos bilionários em 2024 e deve ter cinco trilionários em até dez anos, apontou um levantamento realizado pela Oxfam, organização britânica que faz estudos sobre a desigualdade. De acordo o documento, 36% da fortuna dos atuais bilionários vem de heranças e outros 24% de “monopólios ou conexões com poderosos”.
A organização se refere a essas categorias como “riqueza imerecida”, em oposição à ideia de enriquecimento devido ao trabalho contínuo ou por uma ideia genial.
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A velocidade com que essas fortunas cresceram também aumentou no passado: foram 204 novos bilionários, quase quatro por semana, totalizando 2.769 bilionários no mundo. Este seleto grupo dentre mais de 8 bilhões de habitantes acumularam mais 2 trilhões de dólares apenas em 2024, o triplo do ano anterior.
Com isso, a Oxfam prevê que em dez anos o mundo terá cinco trilionários. A estimativa no passado era de a marca fosse batida por apenas uma pessoa nesse prazo.
“A riqueza dos dez homens mais ricos do mundo cresceu em média quase US$ 100 milhões por dia — mesmo que perdessem 99% de sua riqueza da noite para o dia, ainda permaneceriam bilionários”, diz o comunicado da entidade.
A expansão da riqueza, além de tudo, ficou restrita ao grupo dos mais ricos, uma vez que não houve queda significativa no número de pessoas que vivem na pobreza.
A desigualdade, segundo o relatório, é também geográfica. Embora tenham apenas 21% da população mundial, os países mais ricos abrigam 68% dos bilionários e da riqueza global. Para a Oxfam, essa disparidade se deve em boa parte ao pagamento de dívidas nacionais, as quais defende cancelar.
No comunicado de divulgação do estudo, a Oxfam prega a implementação de impostos maiores sobre grandes fortunas e cita o exemplo de Elon Musk, dono da Tesla e do X, e que agora também comanda uma agência criada para ele no novo governo de Donald Trump, ampliando ainda mais sua influência e conexões com outros poderosos.
Com informações de Folha de S.Paulo
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