Em 2024, 85% das negociações coletivas conquistaram reajuste salarial acima da inflação (medida pelo INPC), apontou o mais recente boletim do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Este é o melhor resultado desde 2018, quando a entidade todos os instrumentos coletivos registrados no sistema do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No ano anterior, que havia tido o melhor resultado até então, foram 76,4% das negociações com reajuste acima do INPC, numa melhora expressiva em relação a 2022, quando apenas 26,2% dos reajustes tiveram valorização, ainda sofrendo os reflexos da pandemia de Covid-19.
Resultados gerais de 2024
Os ganhos acima da inflação foram de em média 1,37%. Outros 11,4% dos reajustes foram iguais à inflação, enquanto apenas 3,6% ficaram abaixo do INPC.
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O setor de serviços teve o maior ganho real médio (1,5%), seguido pelo setor rural (1,4%). Já o comércio teve o menor percentual de ganho, com 0,96%.
Os valores médios dos pisos em 2024 também foram os maiores desde 2018, com o setor de serviços liderando o ranking com piso médio de R$ 1.779,09. O piso médio geral foi em R$ 1.729,04. Ou seja, as convenções coletivas de trabalho garantiram, em média, pisos salariais com R$ 300 a mais que o salário mínimo nacional. O Sudeste destacou-se com 87,6% das negociações acima do INPC. O menor percentual foi no Nordeste, com 79,4%.