Mulheres trabalhadoras realizam seminário virtual na CSB

A defesa dos direitos diante da grave crise atual foi pauta central da reunião

Este 8 de março é antes de tudo uma data cujas raízes estão na luta das mulheres trabalhadoras, que há mais de um século reivindicaram melhores salários, boas condições de trabalho e o fim da discriminação de gênero. A manutenção de muitas dessas contradições, porém, faz necessária a elaboração de um debate que traga pautas que visem a construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária. 

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) organizou e realizou um seminário que contou com a participação de parlamentares, juristas e dirigentes sindicais: todas elas representantes da luta das mulheres. 

Uma das organizadoras do evento foi a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CSB, Antonieta de Cássia Dorledo, que em sua fala ressaltou o respeito como qualidade a ser valorizada na data. “É um dia de muita reflexão sobre o respeito e o verdadeiro papel da mulher na sociedade. Que nós possamos impor que os homens e até mesmo outras mulheres nos respeitem”. 

A abertura do evento foi feita pela deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que ressaltou o caráter combativo do Dia da Mulher. “A nossa data não é uma data comemorativa para o comércio. O oito de março é um dia de reflexão e de luta”. Além disso, a parlamentar também trouxe para o debate pautas atuais, como a importância do auxílio emergencial de 600 reais e da vacinação para todos. 

Outra personalidade importante para o evento foi a desembargadora Brígida Joaquina Charão Barcelos, que traçou um panorama da condição das trabalhadoras durante a pandemia. “A covid-19 marginalizou ainda mais os trabalho das mulheres. Elas foram abaixo da linha da pobreza, pois a maioria dessas trabalhadoras exercem suas funções na área da limpeza. Já os seus maridos ou foram demitidos ou perderam a renda, já que as Medidas Provisórias lançadas pelo Governo Federal não garantem a cidadania dessas pessoas”, afirmou a jurista.

Já a auditora da Receita Federal, Maria Lúcia Fattorelli, trouxe para a sua fala duras críticas à Proposta de Emenda Constitucional 186/19, popularmente chamada de PEC Emergencial. “Essa PEC 186 condena a todas e todos a doar dinheiro público ao mercado financeiro. É isso que está em jogo. E ainda fizeram chantagem ao dizer que é necessário aprová-la para garantir o pagamento do auxílio emergencial.” 

A questão do auxílio emergencial também teve espaço importante na fala de Fattorelli. “Não precisamos dessa PEC para pagar o auxílio: temos 5 trilhões em caixa, em reservas internacionais e no caixa do banco central. Estão colocando lá um teto de 5 bilhões para pagar um auxílio que não compra uma cesta básica. Isso é uma ofensa, isso é uma humilhação”. De acordo com a auditora, a PEC desrespeita a constituição e é necessário levar tal debate ao povo brasileiro, por meio de uma audiência pública virtual. 

Por fim, quem finalizou o encontro foi o presidente da CSB, Antonio Neto, que ressaltou a importância da adesão dos homens na luta pela emancipação das mulheres. “É necessário discutirmos o papel da mulher neste momento e o quanto ela é mais afetada durante a pandemia. Nós sabemos que os homens nunca serão felizes enquanto as mulheres não forem totalmente emancipadas. É um compromisso de vida e a CSB tem esse compromisso”, finalizou o presidente. 

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