De acordo com uma análise do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o saldo de empregos com carteira assinada cresceu significativamente, beneficiando mais as mulheres do que os homens.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2024, o saldo de vagas para os homens aumentou 10,1%, passando de 841.273 para 926.290. Já para as mulheres, o avanço foi expressivo, de 45,2%, saltando de 551.237 no mesmo período de 2023 para 800.269 vagas neste ano.
Janaína Feijó, pesquisadora do FGV Ibre, explica que essa crescente inserção feminina no mercado formal está atrelada a dois fatores principais:
“O primeiro é por estarmos em um cenário de escassez de mão de obra, o segundo se dá pelas ocupações que mais contrataram sejam aquelas que costumam empregar mais mulheres.”
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Os setores que mais contribuíram para esse aumento foram os de vendas e prestação de serviços no comércio, com alta de 270%, atendimento ao público, que cresceu 255%, e cargos técnicos de nível médio, com avanço de 107,4%.
Para Bia Kern, fundadora e CEO do Instituto Mulher em Construção, esse cenário é uma oportunidade para as mulheres conquistarem mais espaço em áreas historicamente dominadas por homens. O instituto já formou mais de 7.000 mulheres em São Paulo e no Rio Grande do Sul e estima que 80% a 90% das formadas são encaminhadas para o mercado de trabalho.
“Mulheres e homens, cada um com o seu talento, são imbatíveis trabalhando juntos. Ainda estamos engatinhando, conseguimos posições importantes, por isso esse aprendizado é fundamental”, afirma Kern.
Com informações de Folha de São Paulo
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