Hackers dão prejuízo milionário ao INSS; ‘Chupa-cabra’ e infiltrados

Prejuízo milionário ao INSS – Um esquema que envolvia o uso de um “Chupa-cabra” para “sugar” dados de computadores, a utilização de empresa de fachada que extraviava recursos ilegais e bandidos infiltrados em agências.

Foi assim que uma quadrilha de hackers atuou para cometer crimes cibernéticos contra o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), de acordo com a Polícia Federal (PF).

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Em parceria com o Coordenação de Inteligência Previdenciário (COINP), órgão associado ao Ministério da Previdência, a PF realizou a Operação Upgrade contra uma organização criminosa que, a partir do Piauí, lesava segurados de todo país.

Eduardo Monteiro, delegado da PF, contou à reportagem da Tilt/UOL que há indícios de que a atuação gerou um “dano milionário”.

A operação recebeu o nome de ‘Upgrade’ por ser uma evolução de investigações que buscavam identificar responsáveis pela criação dos equipamentos “chupa-cabra” – a Chupa Cabra 1, 2 e a Backup. A última cumpriu em abril mandados de prisão de cinco invasores, sendo dois em São Paulo e três em Teresina.

A ação da PF mobilizou mais de cem agentes nos estados de São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão temporária, todos expedidos pela 1ª Vara Federal de Teresina (PI).

Entre os presos, estão:

  • hackers;
  • financiadores;
  • indivíduos responsáveis pelo aliciamento de pessoas com acessos às agências e outras atividades menores.

“Chupa-cabra”

O delegado explica que os “chupa cabra” são aparelhos com aparência de roteadores, que uma vez acoplados a um computador do INSS, eram capazes de enviar os dados trafegados na rede interna para os hackers.

Com os dados em mãos, os cibercriminosos reativavam benefícios cessados e posteriormente, geravam pagamentos de retroativos e os destinavam a contas bancárias diferentes das cadastradas.

O grupo também obtinha acesso à rede ao hackear as senhas de servidores da previdência.

A PF identificou as ações da quadrilha em pelo menos duas agências da Previdência Social em Teresina, capital piauiense. Foi nessas repartições públicas que o grupo instalou o “chupa-cabra” para obter acesso indevido a dados de segurados.

Além disso, a investigação afirma que a quadrilha chegou a criar uma empresa de fachada em São Paulo para servir de base para fraudes cibernéticas e outros crimes.

“A partir deste centro, eles procuravam pessoas em outros estados pelo Brasil para facilitar o acesso às agências. Além disso, tudo indica que o grupo trabalhava em parceria com outros grupos criminosos”, frisa o delegado da PF.

Há fortes indícios de que a quadrilha também atuava em outros estados, como Maranhão e Goiás. “Ainda é cedo para apontar a suspeita de invasão em outras agências [além das duas já identificadas]. As investigações irão aprofundar isso”, prossegue Monteiro.

Prejuízo milionário

A PF ressalta que ainda não é possível dimensionar o tamanho do prejuízo causado pelo grupo. No entanto, o INSS identificou que “fraudes dessa natureza alcançariam cifras milionárias em danos ao erário”.

O delegado pede que segurados que foram titulares de benefícios já cessados, especialmente em períodos anteriores ao ano de 2010, procurem a Previdência Social para se informar a respeito de alguma espécie de reativação de valores retroativos.

“Alguns segurados que se encontram nessa situação identificaram essa irregularidade ao declarar seu imposto de renda, pois constava o recebimento desses valores retroativos”, explica o delegado.

“Ocorre que efetivamente os valores pagos não eram destinados às contas dos verdadeiros titulares dos benefícios ou, quando eram, havia a criação de uma conta bancária sem conhecimento do titular do benefício em outro estado da federação. Então, os valores eram sacado sem seu conhecimento” – Eduardo Monteiro, delegado da Polícia Federal

Os investigados na operação Upgrade poderão responder pelos crimes de organização criminosa, furto eletrônico, invasão de dispositivo informático e lavagem de bens e valores.

A soma das penas máximas desses crimes alcançaria a marca de 30 anos de reclusão.

(Com informações de Tilt/UOL)
(Foto: Divulgação/PF)

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