Paralisação no DF começou nesta terça; em São Paulo, terá início na sexta, por prazo indeterminado
Os funcionários da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência) entrarão em greve em 5 dos 7 estados onde o órgão atua.
Apenas o estado do Rio de Janeiro não aderiu à paralisação, informou o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação) que anunciou a greve. Funcionários de Santa Catarina discutirão na segunda-feira (15) se irão participar do movimento.
A empresa pública é responsável por administrar bases de dados do país, em especial, a do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) –que processa pagamentos de cerca de 35 milhões benefícios como pensões e aposentadorias– e a do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais).
A paralisação poderá impactar o andamento de pedidos de benefícios no INSS, além da distribuição de seguro-desemprego e da nova rodada de auxílio emergencial, atualmente em discussão pelo governo.
Os trabalhadores do Distrito Federal iniciaram a greve nesta terça-feira (9), segundo o sindicato. No Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, as atividades estão suspensas desde segunda-feira (8). Em São Paulo, a paralisação por tempo indeterminado está prevista para iniciar na sexta (12).
Os funcionários pedem à Dataprev a renovação do acordo coletivo de trabalho referente ao ano de 2020. A categoria diz que além de não ter tido reajuste salarial no ano passado, a empresa encerrou no fim de fevereiro o contrato com o plano de saúde Geap.
Segundo o presidente do Sindpd, Antonio Neto, o sindicato irá se reunir com a empresa nesta quarta (10) para definir o percentual de funcionários que deverão prestar serviços e não poderão entrar em greve.
A categoria já havia feito greve em 2020, quando 90% dos funcionários pararam e 10% ficaram de contigência, diz o sindicalista.
“A Dataprev tinha 27 postos de atendimento em todo o Brasil. No ano passado, fecharam 20 e mesmo com apenas sete postos os funcionários deram conta das questões do INSS e da distribuição do auxílio emergencial”, afirma.
A empresa pública afirma, em nota, que antes de a greve ser oficializada se mobilizou para garantir a continuidade de projetos prioritários, como o processamento da nova rodada do auxílio emergencial, serviços do INSS e seguro-desemprego.
A Dataprev disse que está impedida de prorrogar o acordo coletivo de trabalho porque o documento traz cláusulas referentes ao convênio de saúde Geap. Segundo a companhia, a decisão de não renovar o plano de saúde foi tomada de forma unilateral pela empresa Geap.
A Dataprev diz que ofereceu aos empregados ativos e inativos alternativas de assistência à saúde.
Fonte: Folha de S.Paulo