Governador gaúcho tem conflito com a classe, que cobra reajuste
Em visita ontem ao Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff provocou uma “saia justa” para o governador do Estado, Tarso Genro (PT), ao defender o aumento da remuneração do magistério.
Tarso vive às turras com os professores no Estado, sobretudo em razão da resistência em pagar o piso nacional da categoria (R$ 1.567 para 40 horas semanais), previsto em lei que ele próprio assinou quando chefiava o Ministério da Educação (2004-2005).
Dilma fez a afirmação em discurso, em Porto Alegre, sobre a destinação dos royalties do petróleo para a educação. Disse que a aplicação dessa verba no setor, definida em lei, foi um dos “momentos mais importantes do país” e que é preciso buscar um padrão salarial “similar” ao do mundo desenvolvido.
“Temos que colocar [recursos] no pagamento melhor dos professores, porque sem isso o Brasil não será uma nação desenvolvida”, disse.
A agenda da presidente no Estado seria em Rio Grande, litoral sul gaúcho, para ato de inauguração e assinatura de contratos de plataformas de petróleo. O mau tempo, segundo a Presidência, impediu o deslocamento, e a cerimônia ocorreu na capital.
E em Porto Alegre, onde os professores do Estado encerraram na semana passada uma greve de duas semanas por melhores salários, Dilma defendeu uma “política de grande compromisso com a qualidade do professor educador”. “Isso implica em gastar recursos, sim, para pagar professores”, afirmou.
O pagamento do piso nacional do magistério é uma das principais polêmicas do governo gaúcho. Tarso prometeu cumprir o piso na campanha eleitoral de 2010, mas, ao assumir, foi à Justiça questionar o modelo.
Ele argumenta que uma mudança no cálculo dos reajustes do salário nacional faz com que os Estados não tenham condições de arcar com os custos.
Fonte: Folha de S.Paulo