Dieese defende reforma tributária que garanta justiça fiscal; confira

Reforma tributária – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) produziu um documento no qual elenca as contribuições da centrais sindicais para que a reforma tributária, que será votada esta semana na Câmara dos Deputados, garanta justiça social e desenvolvimento econômico ao país.

O texto da reforma também foi foco da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, nesta segunda-feira (03), em Brasília, que contou com a presença do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

“O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Uma das causas fundamentais se refere ao sistema tributário brasileiro: sua estrutura perpetua este quadro, ao ser regressivo (proporcionalmente os pobres pagam mais impostos que os ricos). Este cenário acaba por prejudicar ainda mais o financiamento das políticas sociais em nível adequado e de forma perene, afetando toda população e, especialmente, quem mais precisam delas”, diz trecho do documento do Dieese.

O texto defende que a reforma tributária se oriente pelos seguintes princípios:

  • Simplificação, com redução das exceções (isenções), fim da cumulatividade e punição
    exemplar à sonegação;
  • Garantia de financiamento às políticas sociais, em especial, educação e seguridade
    social (saúde, previdência e assistência social);
  • Estímulo à produção nacional alinhada a uma visão de desenvolvimento econômico
    e social, sendo que todo benefício fiscal deve adotar contrapartidas sociais para quem
    os recebe, especialmente geração de postos de trabalho, investimentos e arrecadação
    de impostos;
  • Fim da guerra fiscal, com equalização maior do sistema evitando a competição entre
    unidades da federação.

O Dieese também elenca 10 ponto que considera fundamentais para uma tributação mais justa no Brasil:

1) Desonerar a cesta básica, avançando sobre os demais impostos, com controle de repasse para os preços, colaborando para redução dos impostos indiretos (previsto na reforma tributária);
2) Tributar lucros de dividendos;
3) Aumentar os impostos sobre a propriedade da terra;
4) Tributação sobre a remessa de lucros das empresas estrangeiras;
5) Instituir o imposto sobre grandes fortunas;
6) Corrigir a tabela do Imposto de Renda, aumentando sua progressividade (a correção da tabela está em andamento, mas é necessário ampliar o número de faixas e alíquotas);
7) Tributar os bens supérfluos e de luxo;
8) Melhorar a cobrança do imposto sobre herança (previsto na Reforma);
9) Cobrar IPVA sobre embarcações e aeronaves (previsto na Reforma);
10) Aumentar a transparência sobre a tributação (previsto na Reforma)

Confira documento produzido e divulgado pelo Dieese, na íntegra, clicando aqui.

(Foto Capa: Reprodução)

Compartilhe:

Leia mais
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Empresa aumenta produtividade em 20% ao adotar semana de 4 dias; Brasil testou modelo
Antonio Neto 3 congresso cspm
3º Congresso da CSPM: Antonio Neto fala sobre necessidade de adaptação dos sindicatos
escala 6x1 prejudica saúde mental
Escala 6x1 prejudica produtividade e saúde mental dos trabalhadores, diz especialista
ministra esther dweck defende estabilidade do servidor público
Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha
CSB no G20 Social
CSB defende fim da escala 6x1 e proteção aos direitos dos trabalhadores no G20 Social
movimento sindical g20 social rj taxação ricos
Centrais defendem taxação dos mais ricos e menos juros em nota pós G20 Social
CSB-RS Antonio Roma e CSB-BA Mario Conceição
Dirigentes da CSB RS e BA participam da Semana Nacional de Negociação Coletiva
pagamento 13 salario 2024
Pagamento do 13º salário deve injetar mais de R$ 320 bilhões na economia em 2024