Executivo conseguiu aprovar na Câmara lei que altera Plano de Carreira de professores, guardas civis e agentes da Defesa Civil e de trânsito
O ano não tem sido fácil para os servidores da cidade de Cotia, região da grande São Paulo, após aprovação da Proposta de Emenda à Lei Orgânica nº 01/18, que retirou dos servidores com menos de 20 anos de serviço público direitos como quinquênio, sexta-parte, licença-prêmio e auxílios natalidade e funeral. Os servidores, principalmente da área da educação, guarda civis, agentes de trânsitos e da Defesa Civil, estão na luta contra as Leis Complementares aprovadas na Câmara durante a Copa do Mundo, que afetam diretamente os Planos de Carreira desses trabalhadores.
Mobilizados desde a última segunda-feira (30) pelo Sindicato dos Servidores em Serviços Públicos do Município de Cotia e Osasco (SINTRASP) e com o apoio Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais do Estado de São Paulo (Fesspmesp) e a Confederação Nacional dos Servidores Públicos Municipais (CSPM), os servidores, que têm recebido apoio também da população, se reunirão com os outros servidores, nesta quinta-feira (02), para explicar a real situação. Os trabalhadores também realizarão novo ato em frente ao Paço Municipal, na sexta (03).
Segundo o presidente do SINTRASP, que representa a categoria, Antonio Rodrigues dos Santos, o Toninho do Caps, as ações para retiradas de direito começaram há quase dois anos.
“Desde o final de 2016 que eles vêm investindo na retirada de direitos. Aprovaram lei retirando quinquênio, sexta-parte e vários outros benefícios, agora estão mudando o Plano de Carreira. A categoria deliberou a greve para tentar rever não só o que estão mudando agora, mas para tentar reverter o que foi aprovado no começo do ano”, disse Toninho. Segundo ele, a administração pública contratou 499 cargos de comissão, além de dar gratificação de 100% para comissionados.
Ainda segundo Toninho, cerca de seis mil servidores serão afetados pelas novas medidas.
Apesar da participação expressiva dos servidores no ato desta quarta, Toninho, que também é coordenador da Fesspmesp e primeiro secretário da CSPM, afirmou que muitos trabalhadores estão sendo pressionados e ameaçados pelos comissionados.
“O prefeito soltou vários comissionados para ir às unidades para coagir e pressionar os servidores para não participarem da greve sob pena de serem transferidos ou exonerados”, afirmou o dirigente, garantindo a manutenção da luta.
“Eles estão tocando o terror na categoria; isso de certa forma deixa as pessoas com medo de aderirem. Nós vamos para o embate, nós também estamos a campo com a base, e se tivermos prova de que se caracteriza perseguição, nós vamos entrar com ação judicial”, finalizou Toninho.