CNV avança nos trabalhos de investigação de crimes contra sindicalistas na ditadura

As reuniões da Comissão Nacional da Verdade acontecerão quinzenalmente; serão consultados os arquivos de memória dos sindicatos investigados

O Grupo de Trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investiga a repressão política à classe trabalhadora ocorrida durante a ditadura militar, avançou nos trabalhos e traçou metas para a entrega do relatório final. Em reunião realizada na última terça-feira (30), o representante da CSB, Ismael Antônio de Souza, além de integrantes de outras centrais sindicais definiram as datas das próximas reuniões e atividades do Grupo.

Foram debatidas também questões como a formação de um corpo técnico para auxiliar nas pesquisas, produção de memória e realização de reuniões estaduais. Arquivos especializados de centros de documentação do movimento sindical serão consultados para levantar acervos, coleções e documentos avulsos, como gravações em VHS ou fitas cassetes que contenham depoimentos de trabalhadores perseguidos.

O período de investigação será entre 1960 a 1985. Todo o levantamento deve responder à lista com os 11 temas prioritários de investigação definidos pelo Grupo de Trabalho e elencados abaixo:

1. Levantamento dos sindicatos que sofreram invasão e intervenção no golpe e após o golpe;

2. Investigação de quantos e quais dirigentes sindicais foram cassados pela ditadura militar;

3. Quais e quantos dirigentes sindicais sofreram prisão imediata ao golpe;

4. Levantamento da destruição do patrimônio documental e físico das entidades sindicais;

5. Investigação sobre prisões, tortura e assassinatos de dirigentes e militantes sindicais

urbanos e rurais;

6. Vinculação das empresas com a repressão;

7. Relação do serviço de segurança das empresas estatais e privadas com a repressão e

atuação das forças armadas;

8. Legislação antissocial e antitrabalhadores (lei de greve, lei do arrocho salarial, lei do fim da estabilidade no emprego, entre outras);

9. Levantamento da repressão às greves;

10. Tratamento dado à mulher trabalhadora durante a repressão;

11. Levantamento dos prejuízos causados aos trabalhadores e suas entidades pelo regime militar para reparação moral, política e material.

O prazo estimado para o término das atividades é de dez meses, com reuniões a serem realizadas quinzenalmente.  A próxima está marcada para 7 de agosto, às 9h, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP).

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