Nesta terça-feira (20), as centrais sindicais protestaram contra os juros altos no país em frente ao prédio do Banco Central (BC), na Avenida Paulista, na região central de São Paulo.
O grupo levou bandeiras e um carro de som, ocupando a calçada em frente ao edifício, além de um veículo cortado ao meio demonstrando que metade do valor pago em um carro atualmente é proveniente de juros.
Um cordão de policiais militares impediu que os manifestantes se aproximassem da entrada do prédio.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) Banco Central começou nesta terça em Brasília a reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic. Nesta quarta-feira (21), ao fim do dia, o comitê anunciará a decisão.
Esta é a quarta reunião do ano. Nas três anteriores, a taxa de juros foi mantida no patamar em que se encontra desde agosto de 2022 – de 13,75% – e a perspectiva é de que novamente não haja cortes nos juros.
Campanha contra os juros altos
As centrais sindicais argumentam que a atual taxa de juros impede o desenvolvimento econômico do país, prejudicando especialmente a indústria e os pequenos e médios negócios. O cenário impede a geração de empregos e favorece a precarização da mão de obra, com trabalhadores aceitando condições cada vez mais precárias em vista da falta de opção e necessidade.
Assim como já dito pelo presidente Lula e outros integrantes do governo, as centrais também apontam que a inflação registrada no Brasil não justifica o atual patamar dos juros. Com a Selic em 13,75% e a inflação em torno de 5%, o Brasil tem o maior juro real do mundo.
Os sindicalistas pedem ainda a saída do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que não consegue apresentar uma justificativa válida para manter os juros brasileiros neste patamar.
Dentre os críticos da Selic estão também representantes do setor produtivo brasileiro, como o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, e a presidente do grupo Magazine Luiza, Luiza Trajano.
Expectativas do mercado financeiro
Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deverá ser mantida em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida. A expectativa do mercado financeiro, entretanto, é de que a Selic encerre 2023 em 12,25%.
Mais uma vez, o Copom reforçou a possibilidade de aumentar a Selic, “apesar de ser um cenário menos provável”. Para o BC, a aprovação do arcabouço fiscal pode ajudar no equilíbrio das contas públicas, que impactam a expectativa de inflação.
Depois de subir no início do ano, a expectativa de inflação tem caído. De acordo com o último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2023 passou de 5,42% para 5,12%.
Em maio, puxado pela queda nos preços dos combustíveis e de artigos de residência, o IPCA, que mede o índice de inflação oficial, caiu para 0,23%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador acumulou alta de 2,95% no ano e de 3,94% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 4,18% acumulados até o mês anterior.
Com informações de: Agência Brasil
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil