Nota das centrais sindicais contra as demissões na GM do Brasil: “injustificáveis”

Centrais sindicais contra as demissões na GM do Brasil – As centrais sindicais brasileiras repudiam veementemente a atitude da General Motors (GM), que, em pleno sábado (21/10), demitiu trabalhadores por e-mail e telegrama.

Em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos das duas plantas. Em São Caetano do Sul a empresa realizou os cortes de maneira unilateral, sem prévia negociação.

A montadora alega queda nas vendas, mas, contraditoriamente, registrou aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, obtendo lucro líquido de 2,57 bilhões de dólares (R$ 12,94 bilhões), um aumento de 51,6% na comparação anual.

Demissão coletiva sem negociação prévia com os sindicatos, contraria a legislação nacional. E os cortes realizados pela GM no estado de São Paulo são injustificáveis.

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Isto posto, as centrais sindicais abaixo-assinadas apoiam a greve unificada por tempo indeterminado, iniciada na segunda feira (23/10) e pedem o cancelamento dos cortes.

Para reverter as demissões e garantir os postos de trabalho, os três sindicatos buscam negociação com a montadora e reivindicam intervenções imediatas do governo federal, do Ministério do Trabalho, do governo do estado de São Paulo e do Ministério Público do Trabalho.

Registramos também que os metalúrgicos da GM no estado de São Paulo contam com apoio mútuo dos trabalhadores e trabalhadoras da montadora nos Estados Unidos. Em greve há mais de um mês, os operários norte-americanos lutam por aumento de salário e melhores condições de trabalho. Naquele país, movimento é liderado pelo UAW (United Auto Workers).

São Paulo, 24 de outubro de 2023.

Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Atnágoras Lopes, secretário executivo Nacional da CSP-Conlutas

José Gozze, presidente da PÚBLICA, Central do Servidor

Emanuel Melato, coordenador da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

Fotos: reprodução Força Sindical

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