Joe Biden ficou ao lado dos membros do United Auto Workers (UAW) – sindicato que representa trabalhadores do setor automotivo – que estão em greve no Michigan, nesta terça-feira (26), e se tornou o primeiro presidente da história dos Estados Unidos a se juntar a um piquete de grevistas.
“Wall Street não construiu este país. A classe média construiu este país e os sindicatos construíram a classe média”, afirmou o presidente dos EUA, destacando novamente o argumento que apresentou durante o lançamento da Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores entre Brasil e Estados Unidos.
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Isto faz de Biden “o presidente mais pró-trabalhista” do país. A secretária de imprensa Karine Jean-Pierre reiterou que Biden “está ao lado dos trabalhadores” e que o governo “não está envolvido nas negociações”.
Durante o encontro, Biden disse aos grevistas que eles mereciam um “aumento significativo” e falando à multidão com um megafone, o presidente disse que os trabalhadores “salvaram a indústria automobilística em 2008 e antes disso”.
“Agora eles estão indo incrivelmente bem e, adivinhe, você também deveria estar incrivelmente bem”, falou Biden aos trabalhadores.
Os grevistas formaram um piquete nesta terça em frente ao Willow Run Redistribution Center da General Motors na cidade de Wayne, em Michigan.
Greve cresce
O sindicato UAW anunciou na semana passada que vai expandir a greve contra as fabricantes de automóveis GM e Stellantis em resposta ao que chamou de “falta de movimento” das duas empresas.
A Ford foi poupada de uma expansão da greve graças ao que o UAW relatou como um progresso nas ofertas da empresa.
Durante a visita de Biden, o presidente do UAW, Shawn Fain, defendeu fortemente a classe trabalhadora e os trabalhadores do setor automotivo em greve.
“Os CEOs tentam justificar um sistema em que ficam com todos os lucros e os trabalhadores são largados para lutar pelas sobras e viver de salário em salário. Isso tem que acabar.”, disse Fain.
Na semana passada, o presidente Lula (PT) e Biden se reuniram para firmar a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras entre os dois países.
Os chefes de Estado divulgaram uma declaração conjunta afirmando “o compromisso mútuo” em relação ao tema e à “promoção do trabalho digno“.
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