Central dos Sindicatos Brasileiros

Presidente da CSB comenta reforma sindical: “revogação da reforma trabalhista é o foco”

Presidente da CSB comenta reforma sindical: “revogação da reforma trabalhista é o foco”

O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, afirmou que a proposta de reforma sindical discutida por outras centrais não é uma prioridade no momento. Para ele, os esforços deveriam estar concentrados na revogação da reforma trabalhista de 2017 e na recuperação dos mecanismos de negociação coletiva.  

“Antes de mexer naquilo que garantiu as nossas principais conquistas e a nossa resistência nos últimos 80 anos, é preciso derrotar aquilo que buscou a nossa destruição nos seis últimos anos”, argumenta Neto. 

A coluna Painel, da Folha de S.Paulo, revelou que CUT, Força Sindical e UGT elaboraram uma proposta de reforma sindical, que inclui a criação de uma agência pública de autorregulação das relações trabalhistas, o fortalecimento dos mecanismos de negociação coletiva e a definição de uma linha de corte para representatividade mínima e limites de mandato para sindicatos.  

Neto acredita que, antes de se discutir uma reforma sindical, é preciso recuperar os mecanismos de negociação coletiva e reconstruir os meios de financiamento das entidades sindicais que foram afetados pela reforma trabalhista de Michel Temer.  

Para isso, ele propõe o reestabelecimento da ultratividade, a retomada da prevalência de formas coletivas de negociação em relação a instrumentos individuais e uma nova forma de superar a asfixia financeira dos sindicatos após o fim do imposto sindical.  

“As teses de pulverização da estrutura sindical, do acordado sobre o legislado, do fim da contribuição sindical, dos acordos nacionais suplantarem as negociações dos sindicatos, a criminalização do movimento, pavimentaram o caminho para a imposição da reforma trabalhista em 2017, que, na prática, jogou milhões de trabalhadores na informalidade e no desemprego”, completa. 

Tais medidas estão incluídas no documento inicial proposto pelas centrais sindicais, mas o presidente da CSB sugere que elas devem ser priorizadas na discussão. 

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