O Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), animou industriário em encontro na Fiesp na tarde desta segunda-feira (16). Ele afirmou que o governo pretende zerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na sua proposta de reforma tributária.
“Tinha a possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI [decreto em vigor desde julho do ano passado], e conseguimos que isso não fosse incorporado. A próxima meta é acabar com IPI, e acabar com IPI é pela reforma tributária”, falou aos presentes.
Segundo Alckmin, a PEC com as mudanças no sistema tributário do país deve ser feita ainda este ano, para “aproveitar a legitimidade do processo eleitoral e avançar rápido” e evitar resistências no Congresso, especialmente no Senado, que terá maioria bolsonarista ou de oposição a partir do próximo mês.
“A reforma tributária não é de governo nem de oposição, ela é do país. Nós precisamos sair desse cipoal tributário em que estamos, um verdadeiro manicômio tributário, é preciso simplificar isso. E as reformas vão nesse sentido, é simplificar e trazer mais segurança jurídica”, disse em relação a eventuais dificuldades na aprovação da PEC.
Ainda no sentido de fomentar a indústria, o vice-presidente falou sobre a criação de um modelo de financiamento de importações, mas não deu detalhes sobre o plano. “Perdemos mercado pra a China, perdemos mais de 30% do mercado exportador. Por quê? Porque a China ocupou o espaço do Brasil, porque ela financia o importador”, afirmou.
Sobre as reformas trabalhistas e da previdência, Alckmin novamente descartou a revogação, mas disse que há espaço para “aperfeiçoar” o que já foi feito.
“O presidente Lula tem destacado o caso dos entregadores, pessoas que entregam produtos, alimentos e não têm nenhuma proteção nem de seguridade, nem de saúde. Hoje em dia tem novas plataformas digitais, então é importante discutir, conversar, não tem nada definido, mas sempre é possível melhorar e aperfeiçoar.”