Na abertura do 14º Concut, presidente da CSB defende a união no movimento sindical

A CSB marcou presença na abertura do 14º Congresso Nacional da CUT (Concut) na noite desta quinta-feira (19) em São Paulo. Os presidentes de todas as centrais sindicais fizeram questão de prestigiar o evento que também comemorou os 40 anos da CUT como uma forma de demonstrar a união de todos em torno da luta pelos direitos dos trabalhadores.

A união foi o foco da fala do presidente da CSB, Antonio Neto, que abriu dizendo que “o atacado que nos une é maior do que o varejo que nos separa”, destacando o trabalho conjunto que vem sendo realizado pelo Fórum das Centrais Sindicais.

“O Fórum das Centrais tem demonstrado a necessidade cada vez mais da união de todos os trabalhadores, de todos os sindicatos, de todas as centrais para que a gente não possa ter novamente a preocupação que tivemos nos últimos seis anos”, disse.

Ele ressaltou que, apesar da derrota de Bolsonaro e o avanço que tem se conquistado em prol dos trabalhadores no nível federal – como no caso da volta da Política Permanente de Valorização do Salário Mínimo – ainda é necessária muita atenção e resistência especialmente em estados com governadores de direita.

Ele citou o exemplo de São Paulo, hoje governado pelo ex-ministro de Bolsonaro Tarcisio de Freitas, e criticou as privatizações que ele tenta levar adiante, como do Metrô e da Sabesp, o que traria grandes prejuízos ao povo trabalhador com aumento de tarifas, subsídios e sucateamento dos serviços que serão prestados com foco no lucro e não na qualidade nas mãos da iniciativa privada.

“Nós derrotamos o governo fascista negacionista do Bolsonaro dizendo que é chegada a hora do povo trabalhador ter formalização, um trabalho digno, um movimento sindical forte. Estamos juntos, acima de tudo, para garantir que se acabe de vez com o trabalho análogo à escravidão, com o trabalho precário, com a terceirização indiscriminada. Precisamos mudar tudo isso e, para mudar, somente juntos e organizados”, defendeu.

Mensagem de Lula

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representou o presidente Lula, que não compareceu a essa edição do Concut por estar se recuperando de uma cirurgia e enviou uma carta saudando a CUT e o movimento sindical.

Veja também: Ministro do Trabalho recebe homenagem da CSB após plenária com sindicalistas

No texto lido por Marinho, Lula disse que, após seis anos seguidos de ataques à CLT e aos sindicatos, seu terceiro mandato dava novamente atenção a desafio da classe trabalhadora, como organização da base e melhores condições de vida com melhores empregos e salários.

Luiz Marinho e Sérgio Nobre

Ele falou também dos desafios mais recentes surgidos com o avanço da tecnologia, como a digitalização, que causa a extinção de um número cada vez mais de postos de trabalho, e a precarização das relações de trabalho, como no caso dos motoristas e entregadores em aplicativos.

De acordo com o presidente, os desafios novos e antigos só podem ser superados com o protagonismo da classe trabalhadora, amparada por sindicatos fortes. “Não há democracia sem sindicato forte e sindicato forte é produto da sintonia fina entre dirigentes e base”, diz a carta.

Marinho, que já foi presidente da CUT, também destacou a importância de as centrais permanecerem unidas e o papel crucial que tiveram na derrota de Bolsonaro.

Apoios internacionais

O secretário-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Luc Triangle, afirmou que a luta sindical no Brasil é uma inspiração para os trabalhadores em todo mundo, especialmente na resistência democrática que foi necessária durante o último governo.

“A democracia está sob ataque em diversos países, mas ela vai resistir. Para isso, temos que lutar para garantir os direitos dos trabalhadores e os direitos sindicais de todo o mundo, pois lutar pelos direitos dos trabalhadores é lutar pela democracia”, disse o dirigente da organização que representa 200 milhões de trabalhadores em 167 países.

O diretor-geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Gilbert Houngbo, enviou um vídeo em propôs o lançamento de uma coalizão global focada na promoção do trabalhador decente e da justiça social. Houngbo destacou ainda a necessidade de fortalecer os sindicatos para a defesa dos direitos dos trabalhadores, com foco na liberdade de associações e o direito à negociação coletiva.

“Quero garantir a vocês que a OIT apoia a CUT na defesa desses direitos fundamentais que são essenciais para alcançarmos um modelo de movimento sustentável e inclusivo. Muitos dos debates que vocês farão nos próximos dias do congresso estão no centro da agenda da OIT”, afirmou na mensagem.

Anfitrião do evento, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, agradeceu a presença dos cerca de 2 mil sindicalistas no 14º Concut e o apoio que todas as entidades filiadas deram à central especialmente nos últimos quatro anos.

“Neste período sofremos muitos ataques. Se chegamos até aqui, vitoriosos, foi muito pela solidariedade e compromisso de cada organização nossa”, afirmou.

Foto 1: Imprensa CSB

Fotos 2 e 3: Imprensa CUT

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