Ministro do Trabalho recebe homenagem após plenária da CSB

O Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, recebeu uma homenagem da CSB durante o encontro de sua Executiva Nacional, realizado na última sexta-feira (6) em São Paulo, na sede do Sindpd-SP.

O presidente da CSB, Antonio Neto, entregou ao ministro um busto em mármore de Getúlio Vargas, em lembrança da época em que os trabalhadores conquistaram a aposentadoria e a CLT, dentre outros direitos que mudaram a vida do povo trabalhador do Brasil.

“Essa é uma casa getulista, estamos no edifício Getúlio Vargas, no auditório Getúlio Vargas. Para nós não há um símbolo mais significativo da nossa luta pelos direitos dos trabalhadores do que dar essa escultura ao atual ministro do Trabalho, que chefia uma das primeiras pastas criada por Getúlio”, disse ao entregar o presente.

Marinho foi muito aplaudido pelos cerca de 300 sindicalistas que vieram de todo o Brasil para participar da plenária. Em sua fala, ele defendeu o fortalecimento dos sindicatos e revisão de maldades da reforma trabalhista, como a terceirização indiscriminada, o enfraquecimento da negociação coletiva e a destruição das finanças dos sindicatos dos trabalhadores.

Ele afirmou que o governo busca promover o diálogo entre representantes dos trabalhadores e patronais, mas que arbritará e tomará decisões nos casos em que o consenso não seja possível. Um dos exemplos dados por ele é o Grupo de Trabalho dos Aplicativos, em que houve uma negociação bem-sucedida no caso dos motoristas, mas não para os entregadores.

O ministro falou ainda que parte da mídia tenta vender a ideia de que os próprios trabalhadores não desejam um emprego com carteira assinada e que o melhor caminho é ser “empreendedor”. Porém, na prática, os desejos dos trabalhadores já estão descritos na CLT.

“Eu pergunto para esse pessoal [que trabalha em aplicativos]: você deseja previdência? ‘Sim’. Quer férias? ‘Claro’. Quer 13º [salário]? ‘Pelo amor de Deus’. Quer proteção social? ‘Claro’. Você quer ter o direito de não precisar fazer uma jornada de 18 horas por dia para conseguir levar alguma coisa para casa? ‘Claro, quanto menos trabalhar com um resultado melhor, melhor’. A soma desses desejos está representada onde? Na CLT! Só que a grande mídia colocou na cabeça do povo: você tem que ser liberal, tem que ser empreendedor. [Dizem que] O coitado do menino pedalando 12 horas por dia, 14 horas por dia, é empreendedor com a sua bicicleta. Onde está o empreendedorismo [nessa situação]?”, provocou.

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De acordo com Marinho, não há risco de as empresas pararem de operar no Brasil por causa de regulamentação, pois o país é um dos maiores mercados do mundo e, no caso da Uber, o primeiro. Por isso, não aceita “chantagem” como o argumento de que a regulamentação poderia causar desemprego.

“Aí vem alguém dizer: coitadinha da Uber, o ministro fica falando que ela que vá embora. Veja, em primeiro lugar, eu não estou falando para a Uber ir embora, não é disso que se trata. É que parte da imprensa fica me pressionando: e se a Uber for embora? Bom, eu não chamei eles para virem, não vou falar para eles irem. Assim como eles vieram, se quiserem ir, que vá. Mas podem ter certeza de uma coisa: os trabalhadores que hoje trabalham para a uber não ficarão sem oportunidades, porque outra concorrente usará esse espaço, não ficará vazio. Portanto, não venha me chantagear”, disse com os aplausos dos sindicalistas.

“Mas a Uber não irá embora. Isso foi me dito pelos próprios empresários, pela administração da Uber. Eles disseram: ‘Ministro, nosso mercado número 1 é o Brasil. Não é Estados Unidos, não é Europa, é o Brasil. Fique sossegado que nós não vamos embora, não. Isso é coisa da imprensa’”, contou.

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