A PRIVATIZAÇÃO DO SERPRO E DATAPREV COLOCA EM RISCO A PROTEÇÃO AOS DADOS DA SOCIEDADE E DOS CIDADÃOS E CIDADÃS

Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe
do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta
dos mercados e a especulação financeira. Por isso, negam o direito de controle dos Estados, encarregados de
velar pela tutela do bem comum. Instaura-se uma nova tirania invisível, às vezes virtual, que impõe, de forma
unilateral e implacável, as suas leis e as suas regras.
(Papa Francisco, Evangelii Gaudium nº 56)

A CBJP e as organizações abaixo identificadas alertam a sociedade brasileira para o
perigoso processo de privatização das empresas públicas de tecnologia da informação do governo
federal, Serpro e Dataprev, incluídas no Programa Nacional de Desestatização (PND) em janeiro
de 2020. Atualmente, o processo de privatização está sob estudo do BNDES para definição do
modelo a ser utilizado para desestatização das referidas empresas, com previsão de execução no
segundo semestre de 2022, quando essas empresas passariam para gestão de empresas privadas.
Essas duas empresas públicas, ao longo de seus mais de 50 anos de atividades no tratamento
de dados, têm garantido a segurança, a qualidade e o sigilo das informações das pessoas físicas,
jurídicas e das instituições nacionais. A atuação dessas empresas públicas é direcionada para
amplos segmentos da vida nacional, tais como, tributários, fiscais, orçamentários, financeiros,
dívida ativa, comércio exterior, administração, agricultura, trânsito, aposentadorias e pensão, entre
outros.

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrou em vigor 18/09/2020,
preconiza que compete ao estado, na condição de controlador, garantir a guarda, a segurança, a
privacidade, a integridade, a disponibilidade e a autenticidade das informações prestadas pelos
agentes da sociedade ao estado. Esses grandes volumes de dados não devem ser utilizados para a
avaliação de comportamentos individuais e coletivos com objetivos não declarados, como por
exemplo, a oferta de serviços, de produtos e de vigilância, ou o que é pior, à manipulação de
informações com interesses escusos.

As informações sensíveis geradas pelos serviços prestados pelo SERPRO E DATAPREV
não podem ser controladas por empresas privadas, nacionais ou estrangeiras, colocando em risco
a soberania do país.

Diante desses riscos, a CBJP e as organizações abaixo conclamam as igrejas, o Congresso
Nacional e a toda sociedade para participarem ativamente desse debate e se posicionam contra a
privatização do Serpro e Dataprev.

Brasília (DF), 28 de outubro de 2021.
Dia do Servidor e da Servidora Pública.
CBJP – Comissão Brasileira Justiça e Paz
Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil
FENASPS – Federação Nacional Sind. Trab. Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho/RO
Pastoral Operária Nacional
CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras
Familiares

Província Frei Bartolomeu de Las Casas – Frades Dominicanos
Comissão Justiça e Paz “Dom Luciano Mendes” de Candeias do Jamari/RO
Comissão Regional de Justiça e Paz – CRJPMS
Comissão Justiça e Paz “Margarida Alves” – Zona Leste de Porto Velho/RO
Centro de Direitos Humanos de Formoso do Araguaia TO
Pastoral Fé e Política do Regional Sul 1 da CNBB
Pastoral do Turismo no Brasil
AFUSE Sindicato Funcionários da Educação
Comissão de Promoção da Dignidade Humana (CPDH), Arquidiocese de Vitória ES
Observatório Político da CBJP
Conselho de Leigos e Leigas da Arquidiocese de Manaus/AM
CEFEP – Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Camara
Centro de Estudos Bíblicos – CEBI ES
Comissão Justiça e Paz de São Paulo
CNLB na Arquidiocese de Aracaju/SE – CONAL
Comissão Justiça e Paz – Diocese de Macapá/AP
Centro de Estudos Bíblicos – CEBI MA
Pastoral da Terra/ES
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
AGEMPU – Associação Nacional dos Agentes de Segurança Institucional do MPU e CNMP
Sindicato Nacional dos Servidores do IPEA – AFIPEA-SINDICAL
Comissão Regional de Justiça e Paz/MS
Núcleo de Políticas Democratização Sociedade, Ciência & Tecnologia NPCTS CEAM-UNB
Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro
Branco – APUBH
CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil
Unidos prá Lutar – Tendência Sindical
ANED – Associação Nacional dos Empregados da Dataprev
Seção Sindical dos Docentes do CEFET-MG – SINDCEFET-MG
FENAMP – Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais
Movimento de Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese de Olinda e Recife.
Catequese com Adultos, São Paulo
Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Sindicato dos Auditores Fiscais de Controle Externo do Tribunal de Contas de Santa Catarina
Tenda da Democracia, Florianópolis/SC

Compartilhe:

Leia mais
Camara aprova teto salario minimo e mudança bpc
Corte de gastos: Câmara aprova teto para aumento do salário mínimo e mudança no BPC
CSB na Secretaria nacional da juventude conjuve
CSB assume cadeira no Conjuve, conselho que debate políticas públicas para a juventude
codefat aprova calendario pagamento abono salarial 2025
Conselho aprova calendário de pagamento do Abono Salarial para 2025; confira datas
regras aposentadoria 2025 reforma da previdência
Haverá ajuste na idade para pedir aposentadoria em 2025; entenda as novas regras da previdência
Câmara aprova fim da desoneração da folha de pagamento
Câmara aprova imposto mínimo de 15% sobre lucro de multinacionais, seguindo padrão da OCDE
aumento salário mínimo 1954 getúlio vargas
O que aconteceu no Brasil depois que Getúlio aumentou em 100% o salário mínimo
Fachada tst
TST derruba regra da reforma trabalhista que limitava acesso à Justiça gratuita; entenda
trabalhadora obrigada a mostrar os seios
Empresa é condenada a indenizar trabalhadora obrigada a mostrar os seios para superior
paralisação sindimetropolinato ônibus porto alegre
Rodoviários da região de Porto Alegre paralisam atividades por reajuste salarial não pago
Flavio Dino e Rubens Paiva
Lembrando Rubens Paiva, Dino defende que Lei da Anistia não se aplica a ocultação de cadáver