Sérgio Arnoud, vice-presidente e representante da Central no evento, também participou de manifestação contra a política neoliberal da Organização Mundial do Comércio
Para defender os interesses econômicos e sociais do Brasil e da América Latina, a CSB participou, entre os dias 10 e 13, da Conferência Internacional da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na sua 11ª edição, o encontro, que reuniu representantes de todo o mundo no Instituto Kirchner, na Argentina, teve como objetivo debater a regulamentação de novos acordos comerciais para o setor de serviços e o comércio de eletrônicos. As discussões geraram protestos pelas ruas de Buenos Aires, cujos cidadãos são contra um acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Representante da CSB no evento, o vice-presidente Sérgio Arnoud esteve presente nas mobilizações e destacou aos ministros integrantes da OMC o que desagrada a população latina. De acordo com Arnoud, os trabalhadores estão cansados de sofrer os impactos negativos da política neoliberal implantada pela Organização e reivindicam uma atenção diferenciada aos países dos continentes.
“Os acordos comerciais como estão afetam a economia da América do Sul e das nações menos desenvolvidas de várias formas. Primeiramente, há a perda da soberania nacional, pois esses acordos discutem os assuntos de interesse de cada país em tribunais internacionais, especialmente no de Nova York (EUA). Isso, por sua vez, causa perdas econômicas e aumenta o desemprego. São essas consequências que provocam uma indignação no povo”, analisa o dirigente, que também critica a evasão fiscal promovida por tais acordos.
Para o representante da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e da Confederação Latinoamericana e do Caribe de Trabalhadores Estatais (CLATE), enquanto o Brasil e as nações da América do Sul e Central não enfrentarem o problema da sonegação fiscal será difícil saírem das crises econômicas e políticas que assolam os continentes.
Ainda segundo o dirigente, é preciso que a OMC não deixe mais os governos latinos à margem das definições dos grandes acordos econômicos – posicionamento que a Organização manteve até agora ao permanecer de portas fechadas aos países latinoamericanos.
“De certa forma, tivemos uma primeira vitória, pois não foi celebrado nenhum acordo sobre comércio eletrônico, e o acordo Mercosul-União Europeia foi postergado para 2018. Além disso, ficou definida a ampliação da discussão em outros países da América Latina. Mas o povo quer mais. O Brasil, por exemplo, enfrenta uma situação financeira extremamente difícil e precisa enfrentar a evasão fiscal, criar novos postos de trabalho formais. E isso só será possível com a colaboração das organizações internacionais em conjunto aos movimentos sindicais e sociais brasileiros”, acredita Sérgio Arnoud.
Protestos
As mobilizações intituladas “Fora OMC – Pelos Direitos e pela Vida” ocorreram na Plaza del Congreso, na capital argentina, e tiveram início às 16h do último domingo (10). Com bandeiras e faixas, os manifestantes reivindicaram alternativas sociais, políticas, econômicas, feministas e ambientalistas que ponham fim à impunidade corporativa, deem prioridade aos direitos humanos e garantam a harmonia com o meio ambiente.
Reuniram-se no protesto movimentos sindicais, de trabalhadores rurais, feministas e povos indígenas. Já para a Conferência da OMC, a Internacional de Serviços Públicos (ISP) e a Associação de Advogados Latinoamericanos (ALAL) também enviaram representantes do Brasil.